Morreu, no domingo (18), o ator francês Jean-Pierre Delon, aos 88 anos, conhecido por sua aparência marcante e atuações intensas. A causa da morte não foi divulgada, mas a família informou que ele faleceu pacificamente em casa, cercado pelos três filhos. Ele sofria de um linfoma e tratava também outras doenças.
Nascido em 8 de novembro de 1935, ganhou fama nas décadas de 1960 e 1970 com papéis em filmes como Purple Noon (1960), Le Samouraï (1967) e The Leopard (1963). Delon frequentemente interpretou personagens complexos e taciturnos e se tornou uma figura importante no cinema francês e internacional.
Sua carreira se estende por várias décadas e trabalhou com diretores renomados, como Jean-Pierre Melville e Luchino Visconti. Além de sua carreira cinematográfica, Delon também esteve envolvido em vários empreendimentos comerciais e foi uma figura pública proeminente na França.
“Eu nunca sonhei com essa carreira, ela simplesmente aconteceu. Eu não fui feito para ser Jean-Pierre Delon. Eu deveria ter morrido há muito tempo. Isso se chama destino”, afirmou o ator, em 2018, à revista Paris-Match.
Vencedor de um prêmio César, o equivalente francês ao Oscar, de melhor ator em 1985 por seu papel como um alcoólatra em “Nossa História”, de Bertrand Blier, o ator também foi indicado ao Globo de Ouro pela atuação de Tancredi no filme O Leopardo, e foi nomeado Oficial da Legião de Honra Francesa por sua contribuição ao cinema mundial.
Infância
Nascido em Sceaux, um subúrbio ao sul de Paris, o ator teve uma infância difícil, marcada por episódios traumáticos como o divórcio dos pais e expulsões da escola. Ele também serviu a marinha francesa e trabalhou em diversos empregos até a primeira aparição no cinema, em 1957, como um assassino de aluguel em Quand la femme s’en mêle.
“Não se pode entender Delon, seu caráter com todas as suas fraquezas e a melancolia que parece nunca tê-lo abandonado, a menos que se olhe para os primeiros 20 anos de sua vida, uma existência sombria e solitária que, segundo ele, certamente teria se tornado trágica se não tivesse se tornado ator”, definiu o jornalista Christophe Carmarans.
Para a atriz Brigitte Bardot, a passagem do amigo deixa um vazio que ninguém poderá preencher, visto que o ator representou o melhor do cinema de prestígio francês e foi um embaixador da elegância, talento e beleza.
*Com informações do UOL, Estadão e CNN.
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