Enquanto o governo tenta mediar e entender a sucessão de erros para a avalanche que se tornou o caso das Fake News do Pix, a oposição ainda colhe os frutos do estrago para o governo Lula e se debruça em mais narrativas distorcidas.

A noite desta quarta e manhã desta quinta foram dedicadas, pelo governo Lula, a entender e tentar evitar a continuidade da propagação das mentiras sobre novas regras de monitoramento das transações via Pix, que foram alvo de desinformação e mentiras por parte da oposição nas redes sociais, com destaque para um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL).

O referido vídeo no instagram foi visto mais de 200 milhões de vezes e o tema chegou a bater recorde de buscas no Google com a palavra “Pix”, com as maiores visualizações nas publicações que distorciam e mentiam sobre o caso. Juntamente com o vídeo de Nikolas, as publicações dos deputados do PL totalizaram mais de 4,5 milhões de interações.

Do outro lado, as publicações de governistas tentando desmentir as postagens atingiram pouco mais de 218 mil interações nas redes sociais, segundo mostra um levantamento da Bites. O vídeo oficial do presidente Lula desmentindo não passou de 16 milhões de visualizações.

Para tentar conter os danos, Lula decidiu trocar completamente o Ministério da Comunicação e solicitou, de forma imediata, que o novo ministro, o publicitário Sidônio Palmeira, atue para enfrentar a crise de comunicação. Sidônio assumiu no lugar do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), nesta terça (14).

Ao mesmo tempo, nos últimos dias, Lula chegou a contratar uma equipe de especialistas externos para ouvir sugestões e tentar encontrar soluções para o caso.

Foi na tentativa de conter a crise que o novo ministro Sidônio Palmeira entendeu que a guerra já estava perdida e que era preciso suspender, revogar a medida econômica criada pelo governo, mais especificamente a Receita Federal, de monitorar as transações Pix.

Mas, como já era previsto pelo governo, a revogação foi também explorada pela oposição, que além de inicialmente acusar o governo de ser favorável ao “aumento dos impostos dos pobres e da classe média”, agora afirma que se não houvesse um erro na medida, o governo não teria suspendido a decisão.

Nesta quinta (16), o deputado Nikolas Ferreira estava adotando esse discurso em entrevista aos veículos.

Enquanto isso, a estratégia do governo vem sendo a de minimizar, dentro da Secretaria de Comunicação, que se resolva completamente o estrago, que já foi feito, manter as divulgações das informações corretas, e entrar judicialmente com medidas contra as Fake News de Nikolas e demais parlamentares.

Nesse sentido, a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar a disseminação das Fake News relacionadas ao Pix. Em documento enviado nesta quarta (15), a AGU pede a responsabilização dos autores do crime.

“Manifestações em plataformas digitais não podem ser realizadas para gerar desinformação sobre políticas públicas nem minar a legitimidade das instituições democráticas, nem causar pânico na população, porquanto tal atuar causa prejuízos concretos ao funcionamento eficiente do Estado Democrático de Direito”, escreveu a AGU no pedido à PF.

Além disso, diversas entidades de Direito entraram com ações na Justiça, buscando essa finalidade. O Ministério Público Federal (MPF) e o Conselho de Ética da Câmara foram acionados por petição do Grupo Prerrogativas pelo vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira.

A expectativa é que, do ponto de vista de contenção do problema, a responsabilidade aos disseminadores das Fake News possa trazer um controle para novas e futuras mentiras nas redes.

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Last Update: 16/01/2025