professor Alysson Leandro Barbate Mascaro de terno e gravata, falando para a câmera perto de estante de livros
O professor Alysson Leandro Barbate Mascaro – Divulgação

A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) abriu um processo administrativo disciplinar contra o professor Alysson Leandro Barbate Mascaro, acusado de assediar dez alunos. A decisão foi tomada após a conclusão da apuração preliminar das denúncias. O docente, afastado desde dezembro de 2024, permanecerá suspenso por mais 120 dias. Ele nega todas as acusações. Com informações do Estadão.

A comissão responsável pelo caso tem 90 dias, prorrogáveis se necessário, para concluir a investigação. Dependendo do resultado, o professor pode ser exonerado.

O primeiro afastamento do docente foi determinado em dezembro de 2024, com base em uma portaria que mencionava “fortes indícios de materialidade dos fatos”, indicando possível assédio sexual vertical.

A defesa de Mascaro contestou as denúncias, afirmando que espera o desfecho da investigação para esclarecer os fatos. Segundo seus advogados, “perfis falsos de Instagram são utilizados para disseminar calúnias e estimular intrigas”.

O procedimento disciplinar foi solicitado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, que mencionou uma matéria publicada pelo site The Intercept. A reportagem denuncia abusos supostamente cometidos pelo professor entre 2006 e 2024 contra dez alunos da faculdade.

Enquanto durar o processo, Mascaro está proibido de dar aulas, participar de reuniões e bancas, assim como frequentar ambientes físicos e virtuais da universidade. Ele também não pode entrar em contato com denunciantes, testemunhas ou interferir na investigação.

Fachada da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em dia ensolarado
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) – Divulgação

Em nota, os advogados de Mascaro afirmam que as acusações “não possuem materialidade” e que o afastamento é inconstitucional. A defesa também declarou que o professor registrou um boletim de ocorrência e entrou com uma representação criminal para investigar o crime de perseguição.

“A decisão de afastamento foi proferida sem que o professor pudesse exercer o direito de defesa ou mesmo tomar conhecimento das supostas acusações, que até o momento permanecem sob sigilo e anonimato”, diz a nota da defesa. “O Decreto que fundamenta a medida extrema revela-se absolutamente inconstitucional, pois afronta diretamente o Estatuto dos Servidores de São Paulo, lei que é superior a decretos e não prevê afastamento em investigações preliminares”.

A defesa também destaca que o professor conseguiu uma decisão liminar da Justiça para que os dados cadastrais dos perfis falsos de Instagram sejam revelados. O inquérito policial sobre o caso está em andamento na Polícia Civil.

Alysson Mascaro é professor associado da Faculdade de Direito da USP nos cursos de graduação e pós-graduação. Especialista em Filosofia e Teoria Geral do Direito, ele é autor de diversas obras, incluindo Crise e Golpe e Estado e Forma Política (Boitempo Editorial), além de Filosofia do Direito e Introdução ao Estudo do Direito (GEN-Atlas).

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Last Update: 17/02/2025