
As previsões de profissionais e de amadores do Direito indicam que Carla Zambelli levará uma goleada no Supremo. Os mais óbvios sugerem que a bolsonarista será condenada e perderá o mandato por 9 votos a 2.
O julgamento da deputada começou na sexta-feira e pode ir até a próxima sexta, por votação remota. É o desfecho do processo pela perseguição armada ao jornalista Luan Araújo em outubro de 2022.
A acusação parece banal para o tamanho do crime: porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Como não fez disparos, não houve tentativa de homicídio.
O que temos até agora são os três primeiros votos pela condenação. O relator, Gilmar Mendes, defendeu que Zambelli seja condenada a 5 anos e 3 meses de prisão e perca o mandato. Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes seguiram o relator.
A grande maioria deve fazer o mesmo, mas dois ministros podem tirar a unanimidade nesse caso. Quando a denúncia foi parar no Supremo, André Mendonça votou pela remessa do inquérito a uma das varas criminais de São Paulo.
Argumentou que a perseguição não tinha relação com o mandato e não deveria ser examinada pelo foro privilegiado do STF, do qual a direita tenta sempre, e desesperadamente, escapar.
Kassio Nunes Marques, o outro ministro indicado por Bolsonaro, tinha a mesma posição e chegou a votar pela rejeição da denúncia. Zambelli não deveria ser processada.
Mas agora Inês é dada como morta e só resta saber quem irá dizer que pelo menos tentou salvá-la, mesmo que sem nenhuma chance de sucesso.
A condenação de Carla Zambelli, se acontecer, finalmente irá subverter a convicção de que ninguém da tropa de elite do fascismo seria alcançado por outros crimes que não os do golpe e os cometidos dentro do Planalto sob as ordens de Bolsonaro, como a fraude do cartão da vacina e a venda das joias das arábias.
É um fim esperado. Zambelli será a primeira zumbi de expressão do bolsonarismo. Em 2022, teve 946.244 votos em São Paulo, 200 mil a mais do que Eduardo Bolsonaro.
Foi a mais votada da direita no Estado e no geral ficou em segundo lugar, perdendo apenas para Guilherme Boulos, com 1.001.472 votos.
A condenação causará danos à extrema direita, com um atenuante. Há muito tempo Zambelli já havia sido abandonada pela família Bolsonaro e pelos parceiros da cúpula do extremismo. Ninguém mais a defende.
ENTENDERAM?
Esta chamada, do colunista Carlos Andreazza, estava na capa do Estadão. Juro que não consegui entender e por isso peço a ajuda de quem conseguir traduzi-la.
“Carlos Andreazza: Governo Lula e Congresso articulam prorrogação do poder com aprovação do Orçamento. O Parlamento aprovou o bicho sem a menor ideia do que chancelava – o que lhe confirma o caráter ficcional. Quase ficcional, porque o Congresso sabia o que aprovava”.
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