Fabrício Queiroz, pivô do suposto esquema de “rachadinhas” da família Bolsonaro, atuou na articulação política que levou Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Avalanche, à presidência nacional do PRTB em fevereiro deste ano.
Avalanche é aliado do influenciador e candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB).
Em áudio, Avalanche afirmou ter ligações com membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo André do Rap, apontado como líder do tráfico internacional de drogas da facção.
No dia da eleição partidária, Queiroz tentou persuadir uma integrante da chapa adversária a mudar de lado. “Vem com a gente. Ligamos e você já estava dormindo. Vamos conversar antes? Estou aqui no estacionamento”, escreveu.
A mensagem foi enviada de dentro de um carro estacionado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A integrante do partido, que preferiu não se identificar, recusou a oferta e afirmou que não poderia “perder a nossa essência”. Queiroz insistiu: “Concordo! Mas vamos manter o legado”.
À Folha de S.Paulo, Queiroz confirmou sua atuação na eleição partidária. “Por incrível que pareça, eu estava no mesmo hotel que o pessoal que estava fazendo a campanha do Leonardo”, disse.
“O PRTB é o único partido, tipo assim, genuíno de direita. O pessoal me pediu [ajuda] e eu falei: ‘vou arrumar um voto para vocês'”, acrescentou.
De acordo com Queiroz, foi acordado com Avalanche que a direção estadual do PRTB no Rio de Janeiro ficaria sob a responsabilidade de Leonardo Rodrigues (Podemos), ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e atual segundo suplente do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Rodrigues é investigado como um dos supostos coordenadores do esquema de corrupção na gestão do ex-governador do Rio, Wilson Witzel (PMB).
A conexão entre Queiroz e Avalanche foi mediada por Mauro Quintão, membro da executiva nacional do PRTB, e pelo marqueteiro Michel Winter, filiado ao partido.