O acidente com o ATR 72 da Voepass, que caiu no interior de São Paulo e resultou na morte de 62 pessoas, destaca a importância de seguir os procedimentos de segurança relacionados ao gelo severo. O manual do avião, utilizado pela Voepass, aponta que a aeronave pode perder sustentação e entrar em estol se exposta a condições severas de gelo, classificadas como uma emergência pela agência. Com informações do G1. De acordo com o fabricante, o avião só deve voar nestas condições em situações onde não há alternativa e caso gelo se acumule na aeronave, procedimentos de emergência devem ser tomados.
O ATR 72, um turboélice frequentemente utilizado em rotas regionais, sobrevoava Vinhedo a uma altitude de 5.100 metros quando a formação de gelo severo foi relatada. Meteorologistas estimaram uma probabilidade de 35% para a presença de gelo na região. Vídeos do momento do acidente mostram a aeronave girando descontroladamente no ar, sugerindo um estol que poderia ser devido ao acúmulo de gelo ou outro problema na aeronave.
A aeronave é mais suscetível ao impacto de gelo devido às suas características de voo e altitude. A aeronave é equipada com um sistema antigelo e dispositivos de aviso, mas o manual da ATR alerta que o gelo severo acumulado pode não ser removido eficazmente, comprometendo a performance e controlabilidade.
O manual de 2011 recomenda que a tripulação deve sair imediatamente de condições de gelo severo, uma diretriz essencial para prevenir acidentes. A ATR fornece orientações específicas para enfrentar situações de gelo severo na seção de “Procedimentos de Emergência” do manual.
Entre as ações recomendadas estão: aplicar a potência máxima nos motores, desligar o piloto automático, segurar firmemente o manche, abaixar o nariz do avião e escapar da área de gelo severo. O alarme de estol, conhecido como “stick shaker”, pode não ser acionado antes que o acúmulo de gelo comprometa a sustentação da asa, conforme aponta o comandante norueguês Magnal Nordal.
O Cenipa, órgão da Aeronáutica, investiga o acidente e analisará os gravadores de dados de voo e de voz. O relatório final sobre o incidente ainda não tem prazo definido.
A investigação busca esclarecer as causas do acidente e avaliar se os procedimentos de segurança foram seguidos adequadamente. Importante notar que, no caso da queda do ATR da Voepass, não houve contato com o controle de tráfego aéreo, conforme informado pelo Cenipa.
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