Ignorando a autodeterminação do povo venezuelano que às vésperas da eleição presidencial no país tomam as ruas e avenidas aos milhões, como foi possível ver no ato do atual presidente de encerramento da sua campanha em que 5 avenidas foram tomadas de trabalhadores para assistirem ao seu discurso, a direita continua insistindo na tese de que Nicolás Maduro irá perder as eleições ou que, caso ganhe, dará um golpe. Para apoiar a sua falsa afirmação de vitória da oposição, além da inundação de notícias e pesquisas falsas, a oposição pró-imperialista venezuelana também prepara atos públicos contra Maduro ao redor do mundo.
Segundo o jornal O Globo, deverão ocorrer entre sábado e domingo atos em defesa do candidato da oposição Edmundo González em vários países. Além do Brasil, o jornal aponta a preparação de atos em países como a Austrália, Argentina, Chile, Estados Unidos, Canadá e El Salvador.
No Brasil, o jornal golpista aponta a ocorrência dos principais atos na praia de Copacabana no Rio de Janeiro e na Torre de TV em Brasília, mas também atos menores em outras capitais e estados. A matéria do Globo faz referência aos imigrantes venezuelanos no Brasil que segundo o jornal estariam apoiando o candidato da oposição. A campanha contra a Venezuela utilizando a imigração de venezuelanos para outros países é mais uma das inúmeras calúnias que o imperialismo difunde para desacreditar o governo bolivariano.
No Brasil, essa calúnia é de um teor um tanto mais perigoso quanto é maior a probabilidade de criar um cenário fictício que sirva ao surgimento de uma força militar “rebelde” treinada por militares brasileiros, norte-americanos e outros e que poderia promover uma guerra civil no país vizinho. Sabe-se, inclusive, que durante os governos golpistas de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o governo norte-americano financiou a entrada de imigrantes venezuelanos no território brasileiro, procurando, precisamente, armar um cenário de aparente caos no país vizinho.
Além da incitação dos imigrantes venezuelanos no Brasil contra o governo Maduro, o jornal golpista já dá mostras de que irá utilizá-los também para pressionar o governo Lula a atacar a democracia da Venezuela. Esperamos uma posição clara e firme do Brasil para que se respeite a livre expressão da vontade popular dos venezuelanos no domingo. Nossa expectativa é de que o governo brasileiro faça o correto e estabeleça limites claros para o governo Maduro, indicando que não vai apoiar qualquer tentativa de fraudar ou não reconhecer os resultados. Na última semana, Lula já deixou muito claro que não o acompanharia nesses cenários, disse à matéria do O Globo o porta-voz da Rede de Venezuelanos no Brasil (Redevem) William Clavijo.
Apesar dos blefes do imperialismo para cima do governo Maduro, a verdade é que o chavista tem um amplo apoio das massas populares venezuelanas, pois, caso contrário, já poderia ter sido derrubado pelo imperialismo há muito tempo, e deverá vencer as eleições neste domingo (28).