O acordo de cessar-fogo para a guerra na Faixa de Gaza está mais próximo do que nunca. O setor que mais se opõe a ele é a extrema direita do governo Netaniahu, Nesse momento o partido Poder Judeu, liderado pelo ministro Itamar Ben-Gvir. No entanto, o outro partido do bloco, o Sionismo Religioso, liderado por Smotrich, parece estar disposto a mudar de posição e aceitar o cessar-fogo.
Na quarta-feira (15), aconteceu uma reunião entre o primeiro-ministro de “Israel”, Netaniahu e Bezalel Smotrich, para discutir o possível acordo de cessar-fogo e a troca de prisioneiros. A reunião teria ocorrido na presença do ministro da Defesa Israel Katz. Na segunda-feira (13), Smotrich alertou que se opunha ao acordo, no entanto, após o anúncio da possibilidade do acordo ele não afirmou que sairia do governo. Seu aliado Ben-Gvir, no entanto, declarou imediatamente que acabaria com a coalização.
Também na quarta-feira (15), segundo fontes da Al Jazeera, Ben-Gvir teria se reunido com ou contatado vários membros do partido de Smotrich, para que o apoiasse na sua ameaça ao governo Netaniahu. O portal de notícias israelense Maariv descreveu a manobra como uma tentativa eficaz “de orquestrar um golpe político contra Smotrich“.
Se Ben-Gvir conseguir convencer alguns parlamentares do partido de Smotrich a renunciarem em caso de cessar-fogo, contra a aparente nova orientação do partido, ele teria a capacidade de chantagear Netaniahu a cancelar o acordo. Isso porque a assinatura do acordo por Netaniahu seria equivalente também ao fim do seu governo. E, após 15 meses de gigantesca crise em “Israel”, isso poderia levar ao esgotamento total de Netaniahu e inclusive de seu partido, o Licude.
Em resumo, Netaniahu tenta articular com parte da extrema direita para que ele se mantenha no governo mesmo após o cessar-fogo. Essa divisão na extrema direita pode decidir se a guerra em Gaza acabará neste momento.