São Paulo – O partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN) obteve a maior votação no primeiro turno das eleições legislativas na França, realizadas neste domingo (30). Segundo dados da contagem rápida realizada pelas autoridades eleitorais francesas, a sigla liderada por Marine Le Pen obteve 33% dos votos, conquistando o primeiro lugar na maioria dos distritos.
A segunda maior votação (28,5%) ficou com a Nova Frente Popular, aliança criada recentemente, que reúne o movimento França Insubmissa e os tradicionais Partido Socialista, Partido Comunista Francês e Partido Verde, além de outros setores de esquerda. A principal figura da frente é o líder progressista Jean-Luc Mélenchon.
A coalizão Juntos, que representa os setores de centro-direita ligados ao presidente Emmanuel Macron, ficou em terceiro lugar, com 22% dos votos.
As três forças políticas deverão se enfrentar em um segundo turno, em 7 de julho, quando será definida a nova configuração de forças no parlamento francês. Contudo, os números mostram que a nova aliança das esquerdas é a força política com maiores chances de lutar para evitar uma vitória da extrema direita.
Extrema-direita é risco para questões diplomáticas e ambientais
Esse cenário na segunda maior economia da Europa teria repercussão na guerra na Ucrânia e também nas relações com os Estados Unidos, no destino da União Europeia no acordo comercial com o Mercosul e na própria atuação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Jordan Bardella, que pode assumir o cargo de primeiro-ministro pela extrema direita, já deixou claro que vai confrontar o posicionamento de Macron no mundo. E que considera que não existe um consenso legal sobre a atribuição exclusiva da presidência quanto a temas de defesa e de diplomacia.
Além disso, o grupo liderado por Marie Le Pen promete formar alianças com outros governos de extrema direita na Europa para reduzir a questão sobre imigração à segurança nacional, com novas barreiras e deportações. E há dúvidas sobre o compromisso da extrema direita com os pactos climáticos assinados pela França. Trata-se da destinação, pelas potências, de bilhões de euros para a transição energética nos países emergentes que são os que mais sofrem com os efeitos das mudanças climáticas.
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Redação: Cida de Oliveira, com RTP Notícias e Uol