Extradição: Itamaraty avalia que governo Meloni não protegerá Zambelli

deputada Carla Zambelli (PL-SP) de roupa preta, séria, olhando para a câmera, de cabelo solto
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) – Reprodução

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) desembarcou em Roma nesta quinta, 5, utilizando seu passaporte italiano, escapando assim de possíveis complicações na alfândega. Fontes do Itamaraty confirmaram que a parlamentar, alvo de mandado de prisão no Brasil, conseguiu entrar no território italiano sem ser detida, mas agora enfrenta um novo obstáculo: sua inclusão na lista vermelha de procurados da Interpol.

A medida, solicitada pelo ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF), significa que Zambelli pode ser presa em qualquer um dos 196 países membros da organização policial internacional, incluindo a Itália.

A decisão foi tomada após a deputada anunciar publicamente ter deixado o Brasil na terça-feira (3), menos de um mês após ser condenada a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do STF por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça.

Em entrevista à CNN Brasil, Zambelli havia declarado se considerar “intocável” na Itália: “Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália. Não há o que ele possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso”.

No entanto, segundo Bernardo Mello Franco, do Globo, analistas do Itamaraty avaliam que o recente endurecimento das leis de cidadania italiana pode dificultar qualquer tentativa de proteção por parte do governo de Giorgia Meloni.

Carla Zambelli, bolsonarista com nome na lista da Interpol. Foto: reprodução

O despacho de Moraes, assinado na quarta-feira (4), determinou não apenas a inclusão na lista da Interpol, mas também a prisão preventiva de Zambelli, o bloqueio de todos os seus bens e o encerramento de seus perfis em redes sociais.

As medidas incluem o congelamento de salários parlamentares, contas bancárias, imóveis, veículos e até transferências via Pix. As plataformas digitais receberam prazo de duas horas para remover os perfis da deputada, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

A PGR justificou o pedido à Interpol como necessário para “assegurar a devida aplicação da lei penal”, e não como antecipação de pena. A inclusão de Zambelli marca uma mudança na postura da organização, que nos últimos anos havia rejeitado pedidos semelhantes envolvendo outros bolsonaristas, como Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio.

Segundo ofício da Polícia Federal, a Interpol tradicionalmente não inclui na lista vermelha indivíduos com pedidos de asilo político em andamento – fator que pode se tornar relevante caso Zambelli busque essa alternativa.

Artigo Anterior

Bomba! Musk indica vínculo de Trump com rede de exploração sexual de menores

Próximo Artigo

Lula se emociona e diz que situação em Gaza é “genocídio premeditado”

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!