O Exército Brasileiro proibiu a realização de um evento organizado pelo grupo Conservador, que seria realizado no Clube dos Sargentos e Subtenentes do Exército, em Curitiba, no próximo dia 24 de janeiro. O encontro, com palestras sobre política e ideais bolsonaristas, buscava apoio para a criação de um partido político autointitulado como “o único partido genuinamente de direita do Brasil”.
Segundo o Comando Militar do Sul, o veto ocorreu devido a uma cláusula do estatuto do clube, que proíbe atividades político-partidárias no local. O clube, embora seja uma associação privada, funciona em imóvel pertencente à União, arrendado por contrato vigente até março de 2025.
O advogado Levi de Andrade, responsável pela organização do evento e conhecido por defender bolsonaristas presos no caso dos atos de 8 de janeiro, afirmou que o grupo foi informado da proibição na tarde de terça-feira (14). “Já tínhamos pago a taxa de locação do auditório, mas faremos o encontro. Tudo está pronto, só vamos mudar o endereço”, disse Andrade.
O evento, que seria gratuito, reuniria figuras da extrema-direita, como o ex-comentarista da Jovem Pan, José Carlos Bernardi, presidente do grupo Conservador.
Em 2021, Bernardi foi investigado pelo Ministério Público por declarações antissemitas e exonerado de um cargo comissionado na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Outros nomes conhecidos incluíam Marco Antônio Costa, também ex-comentarista da Jovem Pan, e Paulo Souza, humorista do canal Hipócritas. O presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Romualdo Gama, também participaria, com uma palestra intitulada “O que a medicina espera do partido”.
A proibição do evento foi anunciada um dia após questionamentos da reportagem do UOL ao Comando Militar do Sul. Em comunicado, o Exército reforçou que “atividades político-partidárias são proibidas nas dependências do clube”, cuja administração está submetida ao órgão no ato do arrendamento.
O grupo Conservador se posiciona publicamente contra o aborto, a liberação de drogas, o comunismo e a “ideologia de gênero”. Em seu site, busca engajar apoiadores para viabilizar a criação de seu partido político.
Mesmo diante do veto, Bernardi minimizou a situação e disse que a realização do evento está garantida. “Temos locais alternativos e tudo está sob controle”, afirmou o presidente do grupo.
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