Diogo Costa Cangerana, Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes no meio de multidão
Diogo Costa Cangerana é ex-segurança do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) – Reprodução

O capitão da Polícia Militar Diogo Costa Cangerana, ex-segurança do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou à corporação após a concessão de um habeas corpus pela Justiça Federal. Ele havia sido preso pela Polícia Federal no dia 26 de novembro, suspeito de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro associado à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Com informações da Folha de S.Paulo.

A ordem de soltura foi emitida pelo desembargador Maurício Kato, no dia 18 de dezembro, alegando não haver necessidade de prisão preventiva, já que os crimes investigados ocorreram entre 2021 e 2022.

A decisão vai contra a posição da juíza Monica Aparecida Bonavina Camargo, que havia negado a liberdade ao capitão, e do Ministério Público Federal, que solicitava a manutenção da prisão preventiva devido à complexidade dos atos financeiros e ao grande volume de dados envolvidos.

Na última segunda-feira (30), Cangerana foi designado para atividades administrativas na Diretoria de Logística da PM, conforme publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo. No entanto, ele segue sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar, que apura as acusações levantadas pela Polícia Federal.

Entre as condições do habeas corpus, estão a obrigação de manter o endereço atualizado, recolher-se em casa durante a noite e nos dias de folga, além de não sair do país ou se ausentar da residência por mais de uma semana sem autorização judicial.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), falando, sério
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – Divulgação

De acordo com as investigações, Cangerana fazia parte de um esquema que utilizava fintechs e criptomoedas, como a USDT, para movimentar recursos do PCC. O grupo mantinha contas bancárias em países como Estados Unidos, Panamá e China. Ainda segundo o Ministério Público Federal, ele teria pagado propina a policiais e gerentes de bancos para facilitar a abertura de contas de empresas de fachada e movimentação financeira.

As autoridades estimam que a quadrilha movimentou R$ 6 bilhões em cinco anos. A operação que prendeu Cangerana também deteve outras 15 pessoas, incluindo um delegado da Polícia Civil. A investigação teve início em julho de 2023, após delações que incluíram o corretor de imóveis Vinicius Gritzbach, assassinado em novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Cangerana atuou por 14 anos na Casa Militar, chegando ao cargo de chefe da Divisão de Segurança de Dignitários. Durante o período, acompanhou o governador Tarcísio de Freitas em agendas públicas e viagens internacionais, como uma visita a Portugal em junho de 2023 para tratar de investimentos. Após sua prisão, o governador classificou o caso como “ato isolado” e declarou que desvios seriam punidos com rigor.

Em comunicado, o Palácio dos Bandeirantes informou que “a Corregedoria da PM apura os fatos relativos à conduta do policial e permanece à disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações”.

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Last Update: 03/01/2025