O ex-presidente de Honduras, nome do ex-presidente, foi condenado a 45 anos de prisão pela Justiça dos Estados Unidos por tráfico de drogas e armas.
O juiz Kevin Castel também determinou que o ex-presidente deve pagar uma multa de 8 milhões de dólares e cumprir 5 anos de liberdade vigiada após deixar a prisão.
A pena é um pouco superior ao mínimo estipulado, mas inferior à prisão perpétua que pedia a Promotoria.
O papel do ex-presidente foi usar seu poder político para minimizar o risco dos narcotraficantes em troca de dinheiro.
Ninguém está acima da lei, tampouco os presidentes.
O ex-presidente disse que é inocente e foi acusado de forma injusta e indevida.
Hernández ouviu de pé a sentença do juiz Castel, que foi bastante duro em sua argumentação.
O advogado de Hernández anunciou que vai recorrer da sentença para anular a condenação e celebrar um novo julgamento.
A sentença deixa um gosto amargo na boca, pois considera que não é suficiente para este político perigoso.
O ex-presidente atacou a justiça seletiva dos promotores e disse que acredita que os traficantes que testemunharam no julgamento serão libertos e ele será preso para o resto da vida.
Fiel colaborador do governo do republicano Donald Trump, Hernández chegou a se vangloriar dos elogios de Washington pelo trabalho de seu governo na luta contra o narcotráfico.
No entanto, o escritório do promotor em Nova York o acusou de criar um narcoestado e transformar Honduras em uma superestrada pela qual passava grande parte da droga vinda da Colômbia.
Entre 2004 e 2022, Hernández participou e protegeu uma rede que enviou mais de 400 toneladas de cocaína para os Estados Unidos, com valor de cerca de 10 bilhões de dólares no mercado local.
Em troca, teria recebido milhões de dólares dos cartéis de drogas, incluindo do narcotraficante mexicano Joaquín “Chapo” Guzmán.
Extraditado em abril de 2022 para os Estados Unidos, Hernández teria sido o autor da frase famosa: “Vamos enfiar droga nos gringos debaixo de seus narizes e eles nem vão perceber”, segundo disse uma testemunha do julgamento.
Outros acusados no mesmo processo, incluindo seu irmão Tony Hernández e o colaborador próximo Geovany Fuentes, já foram condenados à prisão perpétua.
Também no mesmo processo, o ex-chefe da polícia hondurenha Juan Carlos Bonilla, conhecido como “El Tigre”, e o policial Mauricio Hernández Pineda se declararam culpados de narcotráfico, evitando julgamento junto com o ex-presidente.
Desde 2014, cerca de cinquenta hondurenhos acusados de narcotráfico foram extraditados ou se entregaram voluntariamente à justiça dos Estados Unidos.
Última Atualização: 01/07/2024