O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva do radialista Roque Saldanha, bolsonarista que participou dos atos golpistas do 8 de Janeiro, após a divulgação de um vídeo em que ele exibe a tornozeleira eletrônica quebrada e profere xingamentos e outras ofensas contra o magistrado.
Saldanha, que deveria cumprir medidas cautelares desde janeiro de 2023, teria violado repetidamente as condições impostas pelo STF, em substituição à prisão preventiva. Além de deixar sua cidade, ultrapassando os limites territoriais impostos pela decisão, ele também deixou a bateria da tornozeleira eletrônica descarregar.
A publicação do vídeo foi o estopim para a nova ordem de prisão.
No vídeo, Saldanha, morador de Governador Valadares (MG) e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), desafia o ministro, chamando-o de “safado” e “pilantra”, e sugere que a tornozeleira causava lesões em sua perna. Ele sugere que outros golpistas também danifiquem o equipamento.
Ele ainda utilizou linguagem obscena e ameaçadora, afirmando ser parte da “bancada da bala” e fez críticas diretas a agentes da Polícia Federal. Na gravação, ele também acusa, sem provas, Moraes de vender sentenças judiciais durante a pandemia.
Saldanha foi preso durante a Operação Lesa Pátria, que investiga participantes de atos antidemocráticos no País, ficando detido por dez dias. Desde então, vinha sendo monitorado eletronicamente.
Segundo o processo, ele incentivava publicamente manifestações violentas contra instituições democráticas, especialmente o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Agora considerado foragido, o golpista pode responder por desobediência a medidas cautelares e também enfrentar novas acusações pelo conteúdo ameaçador do vídeo.
A Polícia Federal foi, inclusive, acionada para buscar a localização do bolsonarista para o cumprimento do novo mandado de prisão preventiva.