O ex-governador do Tocantins João Carlesse (Agir) foi preso na manhã deste domingo, 15, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Tocantins (MPTO). A prisão ocorreu na Fazenda Joia Rara, propriedade de Carlesse, localizada em São Salvador, próximo ao município de Peixe, no sul do estado.
A medida foi tomada com base em indícios de um possível plano de fuga para o exterior, embora os detalhes da investigação estejam sob sigilo judicial.
Além de Carlesse, Luís Aparecido Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos do estado, também foi alvo de um mandado de prisão preventiva. Ele é acusado de integrar uma organização criminosa que teria operado fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. A prisão de Quaresemin é um desdobramento da Operação Overclean, deflagrada no dia 10 deste mês por órgãos como a Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público Federal e Controladoria-Geral da União.
As investigações revelaram que o esquema beneficiou empresários e gestores públicos em estados como Tocantins, Bahia, São Paulo e Goiás. Uma das empresas envolvidas teria recebido mais de R$ 59 milhões entre 2021 e 2024, em contratos com as Secretarias de Educação (Seduc) e de Administração (Secad). Os repasses ocorreram em valores progressivos ao longo dos anos, com R$ 13,5 milhões em 2021, R$ 18,6 milhões em 2022, R$ 18,1 milhões em 2023 e R$ 8,9 milhões em 2024.
Segundo os investigadores, o ex-secretário Luís Quaresemin teria facilitado os contratos fraudulentos, beneficiando a empresa investigada. Para isso, pessoas físicas e jurídicas ligadas ao esquema receberam cerca de R$ 805 mil em depósitos. Esses repasses reforçam os indícios de corrupção ativa e passiva no processo de direcionamento das licitações.
A prisão de Carlesse ocorre em um contexto de investigações mais amplas sobre desvios milionários de recursos públicos durante sua gestão no Tocantins. A ação do Gaeco busca interromper as operações do grupo criminoso e recuperar valores desviados por meio dos contratos irregulares, além de garantir que os envolvidos sejam responsabilizados.
A coluna Cleber Toledo apurou que a Operação Overclean é um marco nas investigações contra o ex-governador e outros membros de sua gestão. Além de desarticular a organização criminosa, a operação visa minimizar os danos financeiros e políticos causados pelos desvios, que comprometeram seriamente as finanças públicas do estado.
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