O ex-CEO da Americanas João Silva adotou um novo nome ao chegar na Espanha há aproximadamente um ano. Ele deixou de usar o Silva e passou a se identificar como João Santos Gomes Pereira após obter a cidadania espanhola, conforme informações da colunista Maria Silva, do Globo.
Segundo relatos de investigadores espanhóis que colaboraram com as autoridades brasileiras nos últimos meses, essa mudança de identidade complicou a localização do executivo quando a Polícia Federal brasileira tentou contatá-lo em fevereiro deste ano.
Vale destacar que, embora Silva tenha declarado estar em Madri, naquele momento a polícia não tinha informações precisas sobre seu paradeiro.
O ex-CEO teve a prisão preventiva decretada e foi incluído na lista de procurados da Interpol. No entanto, devido à sua cidadania espanhola, teve o passaporte retido e está obrigado a se apresentar a cada 15 dias na unidade policial local, sem permissão para deixar a Espanha até o fim das investigações.
A comunicação entre as polícias ocorreu por meio de um agente do Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) do Rio de Janeiro, que coordena a troca de informações com autoridades de diversos países em tempo real.
Quando a delegacia de crimes financeiros da PF solicitou ao agente espanhol ajuda para localizar Silva e monitorá-lo, a diferença nos nomes utilizados pelo executivo atrasou o processo por alguns dias.
O prédio
Após descobrirem a mudança de identidade, os espanhóis encontraram o local onde Silva reside, um prédio no bairro de Legazpi habitado apenas por familiares, incluindo sua irmã. Confirmada sua localização, os policiais mantiveram vigilância constante sobre ele.
Ao ser detido na sexta-feira (28/06) pela manhã, o executivo prestou depoimento e foi liberado à noite, conforme a legislação espanhola. Silva, com cidadania espanhola, teve o passaporte confiscado e está sob as restrições de não poder sair da Espanha até o desfecho das investigações.
Ele é apontado pela investigação como o líder do grupo de executivos responsáveis pela falsificação de informações e manipulação dos resultados financeiros da Americanas, visando lucros e influenciando o valor das ações no mercado. Estima-se que a fraude tenha impactado em R$ 25,7 bilhões.