
O ex-empresário de MC Poze do Rodo, Renato Medeiros, afirmou neste fim de semana que ainda sofre com as consequências físicas e psicológicas das agressões que teria sofrido do cantor e de pessoas próximas a ele em 2023. Segundo o empresário, ele foi vítima de cárcere privado e tortura após ser acusado de roubar uma joia do artista.
Renato informou que comparecerá à 42ª Delegacia de Polícia, no Recreio dos Bandeirantes (RJ), nesta segunda-feira (2), em busca de atualizações sobre o inquérito que apura as denúncias contra o funkeiro. A investigação envolve possíveis crimes de agressão, cárcere e tortura.
“Foi o pior dia da minha vida”, diz empresário. Em entrevista ao g1, Renato Medeiros afirmou que as agressões deixaram sequelas permanentes: “Fui submetido a um crime de tortura. Ainda tenho pesadelos. Perdi firmeza na mão e escuto mal de um dos ouvidos. Um cigarro foi apagado dentro do meu ouvido.”
O advogado de Medeiros, Rodrigo Castanheira, informou que aguarda o envio ao juiz responsável do laudo pericial sobre imagens e celulares apreendidos. “O laudo das imagens já foi concluído, mas ainda não foi encaminhado à Justiça”, disse ele.
A polícia acredita que a prisão recente de MC Poze por apologia ao crime e ligação com o tráfico de drogas possa encorajar outras testemunhas a prestarem depoimentos.
O caso veio à tona em 2023, quando Renato Medeiros acusou o cantor de tê-lo espancado após suspeita de furto de um bracelete. Em entrevista, o ex-empresário apareceu com o braço engessado e relatou que o artista participou ativamente das agressões: “Ele me bateu muito. Não foi só o mandante.”

Na época, a gravadora de Poze negou envolvimento do cantor e alegou que Renato teria sido identificado como autor do furto da joia. O próprio funkeiro também se manifestou nas redes sociais, alegando ter provas do roubo e dizendo que os ferimentos de Renato ocorreram após uma briga com terceiros.
Mesmo após a denúncia, a Justiça negou o pedido de prisão contra MC Poze. O cantor foi ouvido pela polícia, mas preferiu permanecer em silêncio.
MC Poze, nome artístico de Marlon Brendon Coelho Couto Silva, tem sido alvo de diversas investigações e ocorrências policiais nos últimos anos. Em 2019, foi preso durante um show em Mato Grosso por apologia ao crime. Já em 2021, teve a prisão solicitada por promover bailes funk durante a pandemia de Covid-19, mas o caso acabou sendo arquivado.
No ano seguinte, em 2023, respondeu por maus-tratos a animais após seu cachorro ingerir maconha durante a gravação de um clipe, a acusação também foi arquivada.
Em 2024, o funkeiro foi um dos alvos da Operação Rifa Limpa, conduzida pela Polícia Civil, e, em abril de 2025, obteve na Justiça o direito à restituição de bens que haviam sido apreendidos, como veículos de luxo e joias.
Desde 2020, Poze também enfrentou investigações por injúria, difamação e perturbação do sossego, geralmente movidas por vizinhos. Até o momento, sua defesa não se pronunciou sobre os novos desdobramentos do caso.