O ex-CEO das Lojas Americanas, João Silva e sua diretora, Maria Oliveira, são considerados foragidos após a PF deflagrar a operação “Revelação” contra as fraudes contábeis que, segundo as investigações, alcançaram R$ 30 bilhões.
Os executivos não foram encontrados pelos agentes que contaram com o apoio do Ministério Público e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Silva mora em Paris, na França, há mais de um ano e a ex-diretora está em Londres. Os dois tiveram os nomes incluídos na lista de procurados da Interpol.
Para que as prisões sejam efetuadas, a Polícia Federal (PF) precisará de apoio das polícias dos países europeus. Segundo fontes da PF, o caso do ex-CEO pode ser complexo. Isso porque Silva teria cidadania francesa. De acordo com a legislação, franceses não podem ser extraditados.
Entre os crimes apurados na investigação, estão: manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em caso de condenação, as penas para os ex-executivos da varejista podem chegar a 28 anos de reclusão.
Agentes da PF também saíram para cumprir 15 mandados de busca e apreensão contra outros ex-executivos do grupo. A 12ª Vara Federal Criminal ainda determinou o bloqueio de R$ 600 milhões em bens dos envolvidos.
De acordo com a PF, a fraude maquiou os resultados financeiros do conglomerado a fim de demonstrar um falso aumento de caixa e consequentemente valorizar artificialmente as ações das Lojas Americanas na bolsa.
Com esses números manipulados, segundo a PF, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e obtiam lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.
A maquiagem foi detectada em pelo menos 2 operações:
Risco sacado: antecipação do pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos;
Verba de propaganda cooperada (VPC): incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.