Agência do Itaú Unibanco. Foto: Divulgação

O Itaú Unibanco protocolou nesta quinta-feira (30) uma ação contra seu ex-diretor financeiro, Alexsandro Broedel, pedindo uma indenização de R$ 3,35 milhões. O executivo é acusado de desvio de poder e gestão abusiva, conflituosa e irregular por supostamente contratar sua própria consultoria para prestar serviços ao banco.

Segundo a ação, Broedel teria contratado constantemente a consultoria de Eliseu Martins, renomado contador e ex-diretor do Banco Central, da FEA-USP, da Comissão de Valore Mobiliários (CVM) e ex-presidente da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis Atuariais e Financeiras (Fipecafi).

O Itaú afirma que, por ser sócio da consultoria, Broedel ficava com 40% do pagamento feito pela instituição financeira pelos serviços prestados.

“O renome dos envolvidos, entretanto, contrasta com a natureza do ilícito praticado ao longo dos anos, uma vez que, após acurada investigação interna, descobriu-se que o ex-CFO (Alexsandro Broedel), Eliseu Martins, seus filhos e empresas engendraram um esquema que, embora sofisticado nas medidas para encobrimento do ilícito, tinha como objetivo realizar uma fraude rasteira”, disse a defesa do banco, feita pelo escritório Bermudes Advogados, à Justiça.

O ex-diretor financeiro do Itaú Unibanco, Alexsandro Broedel. Foto: Taba Benedicto/Estadão

A defesa ainda destacou que a prática só seria possível com a participação e conivência de Martins. “É de sabença geral (principalmente para alguém tão sofisticado quanto o Sr. Eliseu) que não se pode pagar ao administrador da sociedade anônima que o contrata —do mesmo modo que se sabe que é crime pagar um político para obter um contrato com o Estado”, acrescentou.

Ainda segundo a ação, o executivo nunca teria revelado ao banco que é sócio de Martins.

De acordo com cálculos do banco, foram R$ 13,2 milhões pagos para a consultoria, dos quais R$ 4,86 milhões teriam sido creditados em favor de Broedel.

O Itaú pede a devolução de R$ 3,35 milhões recebidos pelo executivo, com acréscimos legais e moratórios.

“Também pairam graves dúvidas a respeito das circunstâncias da contratação e a efetiva prestação dos serviços, o que, entretanto, não será discutido nessa ação judicial, em que se busca apenas a devolução dos valores recebidos indevidamente pelo ex-CFO”, afirmou o Itaú na ação.

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Last Update: 30/01/2025