O ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Djairlon Henrique Moura confirmou ter recebido ordens do Ministério da Justiça para parar ônibus com destino ao Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022. 

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), a testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres disse ter ordens para fiscalizar veículos de São Paulo e do Centro-Oeste, a fim checar se havia transporte irregular de eleitores e de dinheiro. 

“Foi solicitada a realização de uma operação antes da eleição dos ônibus que saíssem de SP e da região Centro-Oeste com destino ao Nordeste com votantes e recursos financeiros que já estavam em investigação pela PF”, disse o ex-diretor, que garantiu que a vistoria não levou mais de 15 minutos em mais de 60% dos veículos.

Moura refutou que o objetivo da operação seria dificultar o acesso de eleitores que tinham o perfil progressista e deveriam votar em Luiz Inácio Lula da Silva, como aponta a acusação. A finalidade da fiscalização seria a de evitar crimes eleitorais.

Tomar um lado

Em 19 de maio, o ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adiel Pereira Alcântara, afirmou que ouviu uma ordem de Djairlon Henrique Moura para que a inteligência abordasse ônibus e vans durante as eleições de 2022. 

Apesar de questionar o porquê de tal determinação, o então diretor Silvinei Vasques, também réu no processo, não admitiu o favorecimento de Jair Bolsonaro na campanha de reeleição. Disse apenas que se tratavam de estados com alta incidência de acidentes. 

“Eu não me convenci, e transpareci que eu achei estranho aquela ordem. E aí ele falou, não sei qual foi contexto que ele falou, mas ele falou mais ou menos o seguinte, tem coisas que são e tem coisas que parecem ser. Está na hora da PRF tomar lado. A gente tem que fazer jus das funções de direção e aquilo era uma determinação do diretor geral”.

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Last Update: 27/05/2025