O jornalista João Silva quebrou o silêncio sobre o acidente ocorrido em maio deste ano, quando caiu do quarto andar de um prédio em Brasília. Na época, ele trabalhava como repórter na CNN Brasil e o caso ganhou ampla repercussão, especialmente por ter acontecido durante o intervalo do seu expediente.
De acordo com o relato do comunicador, ele foi vítima de ameaças e tentativa de extorsão, o que o levou a uma arriscada fuga pela janela. A tentativa não teve sucesso e resultou em diversas fraturas. “Fui vítima de uma gravíssima violência e, ao contrário do que foi veiculado nos portais de notícias, eu não dei uma ‘fugidinha’, eu estava no meu horário de intervalo, como todos os dias”, explicou ele, em entrevista ao Portal Leo Dias.
O que aconteceu antes da queda
João detalhou que, naquela manhã, fez uma entrada ao vivo na CNN às 6h e precisou retornar à sua casa para buscar credenciais. Durante o trajeto, acessou um aplicativo de relacionamentos e começou a conversar com um homem que se apresentou como Gustavo, mas cujo verdadeiro nome seria Diego Ramos de Carvalho.
Após combinarem o encontro, o jornalista foi ao apartamento de Diego, próximo ao local de trabalho. No entanto, a situação mudou drasticamente depois da relação entre os dois. Segundo ele, o rapaz pediu R$ 500 como pagamento, mesmo tendo negado anteriormente ser garoto de programa.
“Ali eu já me desesperei, pois foi em um tom de voz muito agressivo. Ele falou que se eu não transferisse R$ 500 para ele naquele momento, ele iria me encher de porrada e pedir para que outros três homens que viviam no mesmo prédio fossem me agredir fisicamente”, relatou.
João tentou sair pela porta, mas ela estava trancada com senha e Diego se recusou a abrir. Foi então que decidiu tentar fugir pela janela.
O momento da queda
“Me pendurei no quarto andar, e ele perguntou de forma muito fria: ‘Você vai pular?’. E eu falei: vou. Ele disse ‘Então tá bom’”, contou o repórter. Durante a tentativa de fuga, João apoiou os pés em uma parte do terceiro andar, mas acabou caindo.
A queda resultou em múltiplas fraturas nos pés, fêmur e quadril. Ele ficou internado por 28 dias e precisou usar cadeira de rodas por três meses.
Repercussão e impactos na carreira
Após o acidente, a CNN Brasil forneceu apoio inicial, mas optou por demitir o jornalista ao fim de sua licença médica. “Quando tiveram acesso ao laudo médico que me autorizava a retornar às atividades, eles disseram que não podiam continuar comigo porque precisaram contratar outro jornalista para o meu lugar no período do meu afastamento”, explicou.
O comunicador também afirmou que a cobertura feita por alguns portais prejudicou sua reputação. Notícias da época insinuavam que ele havia abandonado o trabalho para um encontro amoroso e traído o namorado, com quem mantinha um relacionamento aberto.
“Não quiseram nem me entrevistar [após saberem do acidente]. Foi bem difícil toda essa repercussão negativa, trouxe marcas para a minha carreira”, lamentou.
Atualmente, o jornalista enfrenta dificuldades para encontrar emprego e lidar com problemas de saúde decorrentes do trauma: “Eu desenvolvi um quadro de depressão e estou buscando acompanhamento terapêutico. Perdi 14 kg em todo esse processo, preciso voltar para a fisioterapia. Preciso me reerguer. Fui enfrentar o mundo com muita coragem e responsabilidade, agora vejo a minha carreira indo por água abaixo por esse fato”.
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