Jequié, localizada a 370 km de Salvador, deixou de ser a cidade com maior proporção de mortes violentas no Brasil em 2022 e, em 2023, tornou-se o município com a polícia mais letal do país. Essa mudança foi destacada pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A cidade registrou uma taxa de 46,6 mortes por intervenção policial a cada 100 mil habitantes, a maior entre as cidades com mais de 100 mil moradores. Em segundo lugar, ficou Angra dos Reis (RJ), com uma taxa de 42,4, seguida por Macapá (AP), Eunápolis (BA) e Itabaiana (SE).
Com uma população de 158 mil habitantes, Jequié enfrenta uma guerra entre facções criminosas há pelo menos dois anos. A cisão no tráfico local, anteriormente ligado ao Comando Vermelho, com dissidentes se aliando ao PCC, iniciou uma violenta disputa territorial.
As ordens para os assassinatos geralmente partem de dentro da penitenciária de Jequié, onde a entrada de celulares é comum, segundo as autoridades. Em 2022, Jequié se tornou a cidade mais violenta do Brasil, com 88,8 mortes para cada 100 mil habitantes, totalizando 141 assassinatos.
Em 2023, a cidade reduziu o índice de mortes violentas para 84,4 por 100 mil habitantes, sendo superada por Santana (AP) e Camaçari (BA). No entanto, a taxa de letalidade policial aumentou, com 74 mortes em ações policiais, representando 55,2% das mortes violentas na cidade.
O aumento da letalidade policial em Jequié reflete uma tendência em toda a Bahia, que registrou 1.699 mortes causadas pela polícia em 2023, um aumento de 15,8% em relação ao ano anterior. Esse é o maior número absoluto entre todas as unidades federativas do país.
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