O tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, declarou à Polícia Federal que foi pressionado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para aderir à trama golpista e manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota contra Lula (PT) em 2022.
A informação está no relatório em que a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas pela conspiração de 2022. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes retirou o sigilo do documento e enviou o inquérito à Procuradoria-Geral da República.
“Brigadeiro, o senhor não pode deixar o presidente Bolsonaro na mão”, disse Zambelli em 8 de dezembro de 2022, segundo o relato de Baptista Júnior. O militar afirma ter respondido à bolsonarista: ““Deputada, entendi o que a senhora está falando e não admito que a senhora proponha qualquer ilegalidade”.
Leia o que a Polícia Federal diz sobre o papel de Bolsonaro na trama e o motivo pelo qual o plano fracassou:
“Os dados descritos corroboram todo o arcabouço probatório, demonstrando que o então presidente da República, Jair Bolsonaro, planejou, ajustou e elaborou um decreto que previa a ruptura institucional, fato que não se consumou por circunstâncias alheia a sua vontade, no caso, a resistência do comandante do Exército Freire Gomes e da maioria do Alto Comando que permaneceram fieis à defesa do Estado Democrático de Direito, não dando o suporte armado para que o presidente da República consumasse o golpe de Estado”.