O ex-CEO das Lojas Americanas, João Silva, foi preso, nesta sexta-feira (28), em Madri, pela polícia espanhola, a partir de uma investigação da Polícia Federal (PF) contra fraudes que chegaram a R$ 25 bilhões na companhia. Silva tinha mandado de prisão expedido pela Justiça brasileira desde quinta-feira (27), quando foi deflagrada a Operação Disclosure.
Também foi decretada a prisão preventiva da ex-diretora da varejista, Maria José Silva, que segue foragida. Seu nome e o do ex-CEO chegaram a ser incluídos na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), que reúne nomes dos mais procurados do mundo.
De acordo com investigação da PF, que contou com a colaboração do Ministério Público Federal (MPF) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o ex-CEO é suspeito de ter participado das fraudes na companhia “desde o seu planejamento até a publicação dos resultados”.
Segundo a PF, as fraudes contábeis são relacionadas a operações de risco sacado e contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que apontaram indícios da prática do crime de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, também conhecido como “insider trading”, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Silva vive na Espanha desde 2023, após a Americanas ter comunicado a existência de “inúmeras inconsistências contábeis” e um rombo estimado, inicialmente, em R$ 20 bilhões. Posteriormente, a varejista revelou que a dívida chegava a R$ 43 bilhões.
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