A Europa registrou este ano um número recorde de surtos de doenças transmitidas por mosquitos – como a chikungunya e o vírus do Nilo Ocidental – devido à mudança climática, informou a agência europeia de saúde nesta quarta-feira 20.
A Europa está passando por temporadas mais longas e intensas de circulação de doenças transmitidas por mosquitos, observou o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).
“Esta mudança está impulsionada por fatores climáticos e ambientais, como o aumento das temperaturas, verões mais longos, invernos mais suaves e mudanças nos padrões de chuva, condições que, em conjunto, criam um entorno favorável para que os mosquitos prosperem”, indicou em um comunicado.
A diretora do ECDC, Pamela Rendi Wagner, afirmou que a Europa está entrando em uma nova fase em que “uma alta transmissão, mais longa e mais intensa, das doenças transmitidas por mosquitos está se convertendo em uma nova realidade”.
O mosquito capaz de transmitir o vírus da chikungunya, Aedes albopictus, já está estabelecido em 16 países europeus e 369 regiões, enquanto há uma década estava somente em 114 regiões, detalhou o ECDC.
A Europa registrou até o momento 27 surtos de chikungunya em 2025, um recorde para o continente.
Pela primeira vez, foi relatado um caso autóctone na região francesa da Alsácia, “um fato excepcional nesta latitude, o que destaca a contínua expansão para o norte do risco de transmissão”, destacou a agência.
Até dia o dia 13 de agosto, oito países europeus haviam notificado 335 casos autóctones de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental e 19 mortes, sendo a Itália o país mais afetado, com 274 infecções.
O ECDC pediu às pessoas nas zonas afetadas que se protejam contra as picadas de mosquitos usando repelente, vestindo camisas com mangas compridas e calças, além de redes mosquiteiras nas janelas e camas.