EUA x Moraes: entenda o impacto de punir autoridades estrangeiras

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Foto: LR Moreira/Secom/TSE

Na semana passada, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse que o governo americano estuda sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao ser questionado sobre o assunto, ele disse que a Casa Branca está “avaliando” o tema, mas que “há uma grande possibilidade de que aconteça”.

A ideia da administração Trump é aplicar a Lei Global Magnitsky, que autoriza sanções contra indivíduos estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Guilherme Casarões, cientista político, avalia que a possível punição é uma “novidade” na relação entre os países.

“No campo das relações Brasil e Estados Unidos, trata-se de uma novidade que já vinha sendo antecipada pelo Eduardo Bolsonaro, pelo grupo bolsonarista, desde a vitória do Trump nas eleições do ano passado”, afirmou ao podcast “O Assunto”, do g1.

Para ele, apesar de a fala se tratar somente de uma ameaça no momento, o episódio pode marcar um marco “perigoso” na relação entre os países.

“O mero fato de o secretário do Estado norte-americano, Marco Rubio, ter dito especificamente que considera a possibilidade da aplicação desta lei, no caso do Alexandre de Moraes, isso leva, claro, a nossa relação bilateral e institucional a um patamar muito diferente e muito perigoso”, completou.

Jair Bolonaro, Eduardo Bolsonaro e Marco Rubio durante encontro nos Estados Unidos, em março de 2020. Foto: Reprodução

A possível punição a Moraes seria aplicada por acusações de que estaria “censurando” a extrema-direita no Brasil. O movimento tem sido articulado pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se tornou alvo de inquérito na Corte, e outros bolsonaristas.

O objetivo da articulação de Eduardo e aliados seria interferir no processo da trama golpista no Supremo, que tem como alvo principal o pai do deputado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo o pedido de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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