Em 2021, durante uma crise política gigantesca, o presidente do Haiti, Jovenel Moise, foi assassinado em sua casa em julho. O portal Grayzone divulgou recentemente um artigo investigativo que demonstra que o assassinato pode ser rastreado até o Estado norte-americano por meio do DEA e do FBI.
Documentos revelados em julho de 2024 mostram que um empresário do sul da Flórida, base de operações norte-americanas contra países do Caribe, acusado de financiar a operação para assassinar o presidente haitiano Jovenel Moïse, recebeu aconselhamento jurídico de um informante de uma agência de inteligência dos EUA.
O empresário se chama Walter Veintemilla e sua empresa, Worldwide Capital Lending Group. Ele foi acusado de fornecer uma linha de crédito de 175 mil dólares à empresa de defesa da Flórida CTU Security LLC, que é suspeita de ter realizado o assassinato.
Em julho, os advogados de Veintemilla apresentaram uma moção antes do julgamento para depor o suposto informante de inteligência, “J.C.”, descrito como um advogado equatoriano que vive na Bolívia.
Os co-réus de Veintemilla também se juntaram a essa moção para depor J.C. na Bolívia. Vários deles, incluindo Arcangel Pretel Ortiz e Antonio Intriago, foram acusados pelo governo boliviano de planejar uma tentativa de golpe abortada em outubro de 2020 contra o presidente Luis Arce.
Arcangel Pretel Ortiz e Antonio Intriago estão listados como proprietários da empresa de contratação de segurança de Doral, FL, CTU Security LLC, que recrutou o grupo de mais de vinte mercenários colombianos que assassinaram Moïse.
Antonio Intriago, um venezuelano norte-americano, foi um dos organizadores do concerto Venezuela Live Aid em 2019 na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela. Ele foi parte da tentativa de golpe contra Maduro naquele ano que tinha como linha de frente Juan Guaidó.
Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, Ortiz e Intriago começaram essa conspiração contra Moïse em fevereiro de 2021. Pouco após outubro de 2020, quando estiveram envolvidos com a conspiração na Bolívia.
Na Flórida morava o homem que este grupo supostamente planejava instalar como presidente, Christian Sanon. Ele anunciou sua intenção, seis semanas antes do assassinato, de liderar um governo de transição de três anos em uma carta para Julie Chung, então Secretária Assistente do Departamento de Estado dos EUA, no Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental.
Mais detalhes incriminadores surgiram no tribunal. Arcangel Pretel Ortiz (então um informante ativo do FBI) e outros conspiradores se reuniram com agentes do FBI em 6 de abril de 2021.
Veintemilla, Ortiz e Intriago foram entrevistados no sul da Flórida pelo FBI logo após o assassinato. No entanto, um mandado de busca para a casa de Ortiz não foi executado até o mês seguinte. Mais questionável ainda, os três homens permaneceram livres até serem indiciados no Distrito Sul da Flórida (Miami) em fevereiro de 2023.
O juiz questionou o promotor federal sobre o risco de fuga envolvido. Três dos supostos líderes foram autorizados a permanecer livres por dois anos e meio antes de serem acusados.
Pelas informações divulgadas parece que há evidências o suficiente para dizer que o assassinato de Moise foi orquestrado pelos EUA. Diante da gigantesca crise política que tendia a assumir uma linha de luta contra o imperialismo, os Estados Unidos assassinaram o presidente para controlar a linha de sucessão política.