Os Estados Unidos autorizaram a saída de parte de seus funcionários diplomáticos e militares do Oriente Médio, em meio a impasses nas negociações nucleares com o Irã e a possibilidade de ação militar israelense contra instalações iranianas. A informação foi divulgada pela Reuters.

O Departamento de Estado emitiu ordem para que funcionários não emergenciais deixem embaixadas no Bahrein e no Kuwait.

Paralelamente, familiares de militares estacionados na região também receberam autorização para viajar. A maioria dos dependentes está no Bahrein, onde se concentra o maior contingente de bases americanas.

Na noite de quarta-feira, 11, o governo dos EUA atualizou o alerta de viagens internacionais para a área, citando “aumento das tensões regionais”.

Em Bagdá, fontes ouvidas pela Reuters informaram que a retirada da embaixada poderá ocorrer por transporte comercial, embora tropas americanas estejam em prontidão para apoio logístico caso seja necessário.

O presidente Donald Trump confirmou a decisão durante entrevista: “Eles estão sendo retirados porque pode ser um lugar perigoso, e veremos o que acontece”.

O jornalista acresceu que Trump afirmou ainda: “não permitiremos que o Irã tenha uma arma nuclear”. Em outras ocasiões, o mandatário tem repetido que ataques militares “estão sobre a mesa” caso as negociações fracassem. “Muito simples, eles não podem ter uma arma nuclear”, disse ele.

Do lado iraniano, o ministro da Defesa, Aziz Nasirzadeh, declarou que qualquer agressão resultará em retaliação direta contra bases americanas na região. Em comunicado à agência oficial, um alto funcionário do Irã afirmou: “Qualquer ação militar contra o Irã, seja pelos EUA ou por Israel, terá consequências graves”.

Apesar das determinações de Washington, a embaixada dos EUA no Kuwait emitiu nota assegurando que “não mudou sua postura em relação à equipe e continua totalmente operacional”. As atividades consulares seguem normalmente, segundo a representação diplomática.

O anúncio americano provocou reação nos mercados de petróleo. Após a divulgação da possível evacuação em Bagdá, o preço do barril de Brent subiu mais de 4%, atingindo US$ 69,18. Analistas apontam que a região do Golfo exerce influência direta nos índices globais de energia.

Os Estados Unidos mantêm presença militar em cinco países da região: Iraque, Catar, Kuwait, Bahrein e Emirados Árabes Unidos. A base aérea de Al Udeid, no Catar, considerada a maior instalação americana no Oriente Médio, segue em operação sem alteração de rotina, conforme autoridades consultadas.

Em paralelo, Israel intensificou bombardeios contra alvos atribuídos ao Irã em território iraquiano e sírio. O governo israelense pressiona por ação mais incisiva de Washington contra o programa nuclear iraniano, o que eleva o nível de incerteza para diplomatas e militares.

Fontes diplomáticas indicam que novas rodadas de negociação entre EUA e Irã estão agendadas para os próximos dias. Teerã dará resposta a proposta revisada de Washington após rejeitar oferta anterior. Entretanto, a disposição para um entendimento diminuiu desde a última reunião.

A missão iraniana na ONU reagiu em sua conta na rede X: “Ameaças de ‘força esmagadora’ não mudarão os fatos: o Irã não está buscando uma arma nuclear e o militarismo dos EUA apenas alimenta a instabilidade.” A publicação reforça a linha oficial de Teerã de que o programa de enriquecimento de urânio tem fins pacíficos.

O general Michael “Erik” Kurilla, comandante do Comando Central dos EUA, informou que apresentou ao presidente “uma ampla gama de opções” para impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã. Kurilla adiou depoimento ao Congresso marcado para esta quinta-feira, citando urgência em coordenar operações na região.

O Iraque abriga cerca de 2.500 soldados americanos e mantém relações diplomáticas com ambos os países envolvidos no impasse. O governo iraquiano declarou, por meio de sua agência de notícias, não ter recebido instruções para evacuação em larga escala de diplomatas e considerou desnecessária qualquer medida adicional, diante de inexistência de ameaça direta reconhecida.

O Reino Unido também avaliou o cenário. Sua agência marítima recomendou cautela a navios que cruzam o Golfo Pérsico, o Golfo de Omã e o Estreito de Ormuz, devido ao risco de ação militar. O Foreign Office afirmou que acompanha de perto a situação e que manterá sob revisão as operações de sua embaixada em Bagdá.

Com o impasse ainda sem desfecho, as tropas americanas permanecem em alerta, e o Irã reafirma que responderá a qualquer ataque. As autoridades civis e militares continuam monitorando as movimentações diplomáticas e militares para avaliar os próximos passos.

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Last Update: 12/06/2025