Os Estados Unidos têm articulado acesso ao arquipélago de Fernando de Noronha, que pertence ao estado de Pernambuco, e à Base Aérea de Natal (RN). Diplomatas ligados ao Partido Republicano, do presidente Donald Trump, têm buscado interlocutores brasileiros para usar os espaços.
Segundo o site Defesa Net, as autoridades americanas querem usar irrestritamente o Aeroporto de Fernando de Noronha (SBFN) e da Base Aérea de Natal (BANT). Elas argumentam que existe um “direito histórico de retorno operacional” e citam investimentos realizados pelos EUA durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.
A estratégia é a mesma utilizada por autoridades aliadas de Trump para reivindicar o controle do Canal do Panamá. Eles alegam que “foram os Estados Unidos que construíram, pagaram e defenderam a instalação durante o século XX”.
As instalações brasileiras têm ativos estratégicos de alto valor e dariam vantagens operacionais à arquitetura C4ISR (Comando, Controle, Comunicações, Computadores, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) dos EUA.
No caso do arquipélago, a localização é um ponto ideal para a vigilância oceânica de longo alcance e instalação de sensores, radares de superfície marítima e equipamentos para monitoramento de rotas navais e aéreas. A Base Aérea de Natal, por sua vez, tem acesso facilitado a rotas transatlânticas e condições para reabastecimento em voo, evacuação médica, mobilização rápida de forças de reação e apoio a missões aerotransportadas.
As duas bases, somadas, permitiriam aos EUA estabelecer um arco de contenção junto de sua atual malha de bases e pontos de apoio, que conta com a Ilha de Ascenção (Oceano Atlântico), a Ilha de São Tomé (na costa equatorial ocidental da África Central) e instalações em Dakar (no Senegal).
A tese de que ativos militares que receberam recursos dos EUA podem ser reativadas por “retorno funcional” não é reconhecida pelo direito internacional. Mesmo assim, republicanos têm insistido na tese porque a estrutura de Natal operou entre 1942 e 1945 como base logística americana e a de Noronha foi adaptada para servir como ponto de apoio naval à Marinha americana.
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