EUA pede arrego à China e quer negociar tarifas de Trump

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, durante a cúpula do G20, em Osaka, no Japão, em 2019. Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Os Estados Unidos procuraram a China para retomar negociações sobre as tarifas de 145% impostas pelo governo de Donald Trump, segundo informações divulgadas pela conta oficial do Yuyuan Tantian, veículo ligado à mídia estatal chinesa. “Os EUA entraram em contato proativamente com a China por meio de vários canais, na esperança de manter discussões sobre a questão tarifária”, afirmou a publicação, citando fontes anônimas.

Do lado norte-americano, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, expressaram otimismo. “Estou confiante de que os chineses vão querer chegar a um acordo. E, como eu disse, este será um processo de várias etapas”, disse Bessent à Fox Business Network. Para ele, é necessário “reduzir a tensão” como primeiro passo para um acordo comercial mais amplo.

Apesar disso, Pequim tem demonstrado resistência. O Ministério das Relações Exteriores comparou ceder às tarifas de Trump a “beber veneno”. Já o Yuyuan Tantian reforçou que “antes que os EUA tomem qualquer medida substancial, a China não precisa se envolver em negociações”. Ainda assim, o veículo indicou que “se os EUA desejarem iniciar o contato, não há mal algum para a China se envolver neste momento”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o anúncio do tarifaço, no início de abril. Foto: Chip Somodevilla/Getty Images

A China, segundo a agência Reuters, também vem atuando de forma estratégica: isentou discretamente produtos como farmacêuticos, microchips e motores a jato de suas tarifas retaliatórias de 125%. Bessent observou que “eles nos vendem cerca de cinco vezes mais do que nós vendemos a eles. Então, suas fábricas estão fechando neste exato momento”, reforçando que a pressão econômica pesa mais para o lado chinês.

Mesmo assim, autoridades chinesas desmentiram qualquer negociação formal em curso. “Até onde eu sei, não houve consultas ou negociações entre a China e os EUA sobre tarifas”, disse Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. O governo de Xi Jinping segue exigindo que qualquer diálogo seja baseado em “igualdade, respeito e benefício mútuo”.

Donald Trump, por sua vez, tenta manter uma narrativa otimista. Em entrevista recente, disse que seu governo estava negociando com a China e que o presidente Xi Jinping havia ligado para ele. No entanto, Pequim negou as declarações e acusou os EUA de “enganar o público”, revelando mais uma vez o abismo entre discurso e realidade nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

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