EUA miram família de Maduro em nova rodada de sanções

Os Estados Unidos ampliaram a pressão contra Nicolás Maduro com um novo pacote de sanções direcionado a integrantes da família presidencial e a seis empresas de navegação ligadas ao transporte de petróleo venezuelano. A ofensiva ocorre em paralelo à apreensão de um petroleiro carregado com mais de 1 milhão de barris na costa da Venezuela, um gesto que reacendeu o temor de conflito aberto no Caribe.

O Departamento do Tesouro comunicou que as sanções atingem três sobrinhos de Cilia Flores, esposa de Maduro. Dois deles foram classificados pelo governo americano como “traficantes de drogas que atuam na Venezuela”.

Nicolás Maduro e seus parceiros criminosos na Venezuela estão inundando os Estados Unidos com drogas que envenenam o povo americano”, afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Quem são os alvos

As sanções atingem três sobrinhos de Cilia Flores:

  • Franqui Francisco Flores de Freitas
  • Efraín Antonio Campos Flores — ambos condenados por tráfico nos EUA em 2017 e depois trocados por prisioneiros americanos
  • Carlos Erik Malpica Flores
  • Seis empresas de navegação que transportam petróleo venezuelano.
  • Seis navios petroleiros adicionais.

Maduro e dois desses sobrinhos já enfrentam acusações de narcotráfico em Nova York.

Apreensão e acusações de ‘pirataria’

Na quarta-feira (10), forças americanas assumiram o controle de um petroleiro venezuelano com 1,1 milhão de barris de petróleo em uma operação no mar do Caribe. O navio havia sido identificado pelo Tesouro em 2022 por supostos vínculos com o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã e com o Hezbollah. A embarcação será escoltada até um porto dos EUA, onde a tripulação será interrogada.

A Casa Branca, por meio da porta-voz Karoline Leavitt, chamou a apreensão de “golpe” contra o “regime” socialista de Caracas. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, reforçou no Congresso que se tratou de uma “operação bem-sucedida” para “contra-atacar um regime que sistematicamente enche o nosso país de drogas mortais”.

Maduro reagiu em evento público, classificando a ação como um ato de “pirataria naval criminosa”. “Sequestraram os tripulantes, roubaram o barco e inauguraram uma nova era, a era da pirataria naval criminosa no Caribe”, disse o presidente, também alvo de investigações por supostamente liderar o chamado Cartel de los Soles. Cuba manifestou solidariedade ao governo venezuelano.

Apoio russo e ligação com Lula

A escalada levou Maduro a telefonar para o presidente russo, Vladimir Putin. Segundo o Kremlin, Putin “expressou sua solidariedade com o povo venezuelano e confirmou seu apoio à política do governo de Maduro”.

No Brasil, o presidente Lula (PT) conversou com Maduro por cerca de 15 minutos na terça-feira passada (2). A ligação, mantida em sigilo, foi descrita por fontes do Planalto como um “quebra-gelo” em meio ao afastamento bilateral.

Lula manifestou preocupação com as ações dos EUA no Caribe. Maduro repetiu ao petista suas negativas sobre as acusações: rejeitou ser líder de um cartel e classificou como “absurda” a ideia de que drogas consumidas nos EUA partam da Venezuela.

Divergências internacionais e efeito das sanções

A apreensão e o novo pacote de medidas representam um salto na estratégia de hostilidade dos EUA contra um país isolado e já devastado economicamente, hoje dependente da exportação de petróleo para sobreviver.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “preocupado” com a interceptação do navio. Já a opositora venezuelana María Corina Machado, recém-agraciada com o Prêmio Nobel da Paz e recém-chegada a Oslo, elogiou a política de Donald Trump e agradeceu o apoio americano para deixar a Venezuela.

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