
A crise econômica nos Estados Unidos, sob o comando do presidente Donald Trump, está afetando duramente as camadas mais pobres da população, levando até mesmo a mudanças nos hábitos de consumo.
O medo da guerra comercial e a incerteza econômica, especialmente entre os imigrantes, têm levado esses consumidores a cortar despesas, até mesmo em áreas como alimentação em redes de fast food, conforme informações do colunista Jamil Chade, do UOL.
Um dos maiores sinais dessa tendência foi registrado esta semana com a queda nas vendas do McDonald’s, que sofreu seu pior resultado trimestral desde a pandemia. A redução foi de 3,6% nos primeiros três meses de 2025.
“Os consumidores de hoje estão lutando contra a incerteza”, afirmou Chris Kempczinski, presidente da rede, em um comunicado.
A empresa destacou que os clientes de renda média tiveram uma queda “quase de dois dígitos”, com uma retração ainda mais acentuada entre os de baixa renda. Um sintoma claro dessa situação foi a redução do consumo do café da manhã, uma maneira de cortar custos.
Apesar da queda entre os consumidores de baixa renda, o McDonald’s informou que a frequência dos clientes de alta renda se manteve estável. No entanto, os resultados da empresa são apenas um reflexo de um cenário mais amplo.
A marca, que foi um ícone da globalização nos anos 90, está entre as várias empresas de fast food que enfrentam dificuldades. Dados do setor apontam para uma redução de 1,5% no número de clientes nos restaurantes dos EUA no primeiro trimestre de 2025, de acordo com a Placer.ai.
Outras marcas
Além do McDonald’s, a Starbucks também registrou uma queda de 1% na frequência dos clientes no trimestre, acumulando agora cinco meses consecutivos de retração. Brian Niccol, CEO da Starbucks, chamou os resultados de “decepcionantes”.

A Domino’s Pizza, líder mundial em pizzas, também viu uma queda no desempenho nos EUA, assim como a Wingstop, que observou um “recuo significativo” em algumas áreas, especialmente entre clientes hispânicos e de “renda média baixa”.
A Chipotle, outra gigante do fast food, teve sua primeira queda de vendas desde o confinamento durante a pandemia, com uma redução de 0,4%.
Consumo por imigrantes
Além disso, o consumo por imigrantes também diminuiu, devido tanto ao medo de se expor em locais públicos quanto à queda real na renda.
Empresas como Colgate-Palmolive e Constellation Brands também informaram uma desaceleração nas vendas. As marcas relataram vendas mais lentas para a comunidade hispânica, que representa um quinto dos consumidores nos EUA.
No Walmart, a maior rede de varejo do país, os gastos dos consumidores hispânicos de baixa renda “pioraram significativamente no início de 2025”, conforme análise de Simeon Gutman, do Morgan Stanley. Ele destacou que a queda no consumo entre hispanolatinos foi “mais notável e acentuada” em comparação com outros grupos.
A Procter & Gamble, que possui marcas como Tampax, Oral-B e Gillette, também observou uma redução no gasto dos consumidores em março devido à incerteza econômica, o que levou a empresa a revisar suas perspectivas de vendas para o ano.
A Federação Nacional do Varejo dos EUA relatou que o setor ainda apresenta ganhos modestos, com consumidores preocupados com o aumento das tarifas e a alta nos preços.
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