Enquanto o genocídio em Gaza já dura mais de um ano e meio, o Eixo da Resistência segue firme e forte, desafiando as tentativas desesperadas dos EUA e do imperialismo de sufocá-lo. Países como Iêmen e Irã e organizações como o Hamas e o Hesbolá mostram que a resistência só será parada pela vitória total e completa.
O Iêmen é um ótimo exemplo desse fato. Responsáveis pelo embargo ao aeroporto Ben Gurion, na Palestina Ocupada, o país governado pelo Ansar Alá tem demonstrado que não tem medo de represálias imperialistas e irá fazer sua parte na proteção dos povos oprimidos, tomando a luta do povo da Palestina para si e se colocando na frente do campo de batalha.
“Em resposta à crescente agressão de ‘Israel’ e ampliando as operações militares em Gaza, as Forças Armadas do Iêmen declararam um bloqueio aéreo total a Israel”, disse o porta-voz da FAI, o Brigadeiro-General Iahia Saree, em comunicado.
“As Forças Armadas do Iêmen aplicarão o bloqueio aéreo atacando repetidamente os aeroportos, com o Aeroporto Ben Gurion, conhecido como Aeroporto de Lod em Israel, como seu principal alvo”, enfatizou.
Vários voos foram suspensos pelas companhias aéreas, sobretudo após os ataques efetivamente começaram, com direito a um míssil hipersônico. De acordo com o Canal 12, nenhum dos dois sistemas de defesa contra mísseis funcionaram. De acordo com um oficial iemenita de alto nível, nem mesmo as dúzias de satélites dos EUA posicionadas na região foram capazes de neutralizar as armas das Forças Armadas do Iêmen.
Essa briga, entretanto, não é unilateral. Os EUA, sendo os mandantes de “Israel” e completos apoiadores do sionismo, atacam o Iêmen diretamente tentando incapacitar seu aparato militar. Fato é que isso não está funcionando.
O oficial anteriormente citado também enfatizou que um consenso sem precedentes, militar, político, tribal e popular, uniu-se para confrontar o inimigo americano, afirmando que, enquanto Netaniahu procura avançar sua agenda desestabilizadora na região, as capacidades militares do Iêmen estão mais que prontas para frustrar seu plano.
As consequências da guerra para “Israel” não são poucas, inclusive algo específico como atingir um aeroporto e suas proximidades. O Banco de “Israel” estimou que as perdas no setor de turismo em 2024 foram de 13,5 bilhões de shekels, uma queda superior a 25% em relação a 2023. A média mensal de turistas estrangeiros caiu de 278 mil em 2023 para apenas 74 mil em 2024, representando um declínio de mais de 73%. Em comparação com 2019, a queda ultrapassa 78%.
As taxas de ocupação em hotéis turísticos (excluindo aqueles que abrigam pessoas deslocadas) também sofreram uma redução de 80%. Embora o turismo represente apenas 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), ele emprega cerca de 5% da força de trabalho, principalmente em ocupações de baixa qualificação.
De acordo com a imprensa israelense, a saída de companhias aéreas estrangeiras também impactou as operações do setor privado, dificultando as viagens de empresários e afetando negativamente as relações comerciais, especialmente no setor de serviços.
A agressão dos EUA ao Iêmen também resultou em custos financeiros significativos, com estimativas indicando quase US$1 bilhão gasto em apenas um mês.
Relatórios do The Week sugerem que as despesas com munições sozinhas ultrapassaram US$200 milhões, enquanto custos operacionais mais amplos — incluindo mobilizações navais, esforços de inteligência e apoio logístico — contribuíram para o aumento dos gastos.
Analistas do Instituto para o Estudo da Guerra também examinaram o ônus financeiro, destacando preocupações sobre o sustento de aventuras militares prolongadas, particularmente porque as forças iemenitas dependem de veículos aéreos não tripulados (VANTs_ e mísseis de baixo custo que, por sua vez, exigem contramedidas caras.
Obviamente, o Iêmen não é a única vítima direta das garras do imperialismo. O Irã também tem cumprido um grande papel na defesa da Palestina, colocando-se a frente da luta e enfrentando os EUA com o peito aberto, apesar de ser reconhecido por ter um pouco mais de “diplomacia”.
No caso de qualquer aventura militar, as contramedidas do Irã poderiam ir além de atacar bases militares dos EUA, potencialmente interrompendo as rotas de petróleo do Golfo Pérsico e retaliando aliados da região, afetando planos americanos.
Autoridades iranianas enfatizam repetidamente a escala das capacidades de dissuasão do país, alertando que qualquer ataque levaria a graves consequências para os adversários, incluindo os EUA.
A continuação da chamada campanha de “pressão máxima” pouco fez para deter as manobras estratégicas do Irã ou diminuir as capacidades operacionais de seus aliados regionais, que atuam de forma independente. A capacidade do Irã de lidar com pressões econômicas enquanto mantém suas alianças estratégicas demonstra sua influência.
Esses dois países representam um núcleo duro do Eixo da Resistência, mas não se pode perder de vista a grande contribuição que tem o Hesbolá e sobretudo o Hamas para a guerra.
Os EUA teriam supostamente lançado uma ofensiva financeira e econômica contra o Hesbolá na tentativa de enfraquecer suas fileiras.
Os EUA usam seu procedimento padrão de golpe de Estado – bloqueios, sanções, sabotagem institucional –, mas agora com grande intensidade, reforçada pelas consequências regionais do desenrolar na Síria e o aumento da inserção do imperialismo em instituições libanesas.
Apesar disso, o Hesbolá conseguiu arrecadar cerca de U$1 bilhão em ajuda desde o ineficaz acordo de cessar-fogo há cinco meses, apoiando civis deslocados e iniciando a reconstrução em fase inicial no sul do país, na região de Beca e nos subúrbios do sul de Beirute.
Esse é só um dos exemplos. Além de financeiramente, existem registros da ofensiva dos EUA contra o Hesbolá por terra, ar, água, Internet e qualquer outro meio possível e imaginável. Até mesmo uma pressão enorme no governo libanês para desarmar o Hesbolá.
Já o Hamas pode ser classificado como o principal alvo do imperialismo nessa guerra. É quem está no enfrentamento direto com o sionismo e é o maior alvo não só dos bombardeios de “Israel”, mas da propaganda suja feita por esses setores contra a resistência.
O general israelense aposentado e ex-comissário de reclamações de soldados, Isaque Brik, revelou que apenas uma pequena parte da infraestrutura de túneis do Hamas, entre 10% e 25%, foi destruída. Ele afirmou que a Resistência Palestina restaurou completamente suas capacidades militares e mantém uma força de aproximadamente 30.000 combatentes.
Ele também declarou que túneis transfronteiriços ligando a Península do Sinai a Gaza permanecem operacionais, permitindo que armas sejam contrabandeadas.
“A Brigada de Rafá e outras unidades do Hamas não foram eliminadas”, disse Brik, desafiando diretamente a propaganda oficial das forças de ocupação israelenses sobre seu suposto progresso em Gaza.
O genocídio em Gaza não apenas destruiu a imagem da ocupação no exterior, mas também expôs suas profundas fraturas internas. O que antes era retratado como um regime unificado e democrático agora se revela uma estrutura de poder fragmentada, onde facções políticas, militares e de inteligência estão travando um conflito aberto.
Os Estados Unidos — e o imperialismo, no geral — tentam sabotar o Eixo da Resistência e falham miseravelmente.