EUA deixaram brasileiros sem comida por mais de 12 horas durante voo de deportação

Em Fortaleza, deportados brasileiros entram em avião da FAB para seguirem a Belo Horizonte. Foto: Davi Rocha/SVM

Um avião com 111 brasileiros deportados dos Estados Unidos pousou na tarde da última sexta-feira (7) no Aeroporto de Fortaleza, no Ceará. Segundo relatos das autoridades locais, os passageiros foram transportados algemados e sem acesso a alimentação durante o voo.

A secretária da Diversidade do Ceará, Mitchelle Benevides Meira, afirmou que algumas pessoas ficaram até 12 horas sem comer. “Todos foram acolhidos, alimentados e passaram por tratamento hospitalar após o desembarque”, declarou em coletiva de imprensa.

O governo estadual também auxiliou no contato com as famílias dos deportados, que incluíam homens, mulheres, adolescentes e crianças. De acordo com Socorro França, secretária de Direitos Humanos do Ceará, as algemas foram retiradas apenas após o pouso no Brasil.

A maior parte dos deportados seguiu viagem para o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, Minas Gerais, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que pousou na capital mineira por volta das 21h40 de sexta-feira.

Este é o segundo voo com brasileiros deportados desde o início do novo governo de Donald Trump nos EUA. O primeiro ocorreu em 10 de janeiro, ainda nos últimos dias da administração de Joe Biden. Na ocasião, os deportados desembarcaram algemados durante uma conexão em Manaus, o que gerou críticas e constrangimento.

O avião da FAB que levou os brasileiros deportados de Ceará para Minas Gerais. Foto: Foto: Thiago Gadelha/Sistema Verdes Mares

Para evitar situações semelhantes, desta vez o voo foi direcionado a Fortaleza, uma das cidades brasileiras mais próximas dos EUA, reduzindo o tempo em que os deportados permaneceram algemados.

O avião partiu de Alexandria, no estado de Louisiana, nos EUA, com uma escala técnica em Porto Rico, antes de seguir para o Ceará. A decisão de transportar os deportados algemados é uma prática comum do governo estadunidense, mas tem sido alvo de questionamentos por parte de autoridades e organizações de direitos humanos no Brasil.

Após o desembarque em Fortaleza, os deportados receberam atendimento médico e alimentação. O governo do Ceará destacou seu empenho em garantir um acolhimento humanizado. “Eles estão saindo daqui sabendo que estão sendo repatriados e com o governo totalmente disposto a recebê-los da melhor forma”, afirmou Mitchelle Meira.

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