Os Estados Unidos não buscam mais a formação de um Estado palestino independente, uma decisão que analistas definem como o abandono mais evidente de uma das pedras fundamentais da diplomacia norte-americana no Oriente Médio.
Em entrevista, o embaixador norte-americano em Israel, Mike Huckabee, sugeriu que qualquer plano que envolva a formação de uma futura entidade palestina poderia ser feita “em um país muçulmano” em vez de exigir a saída de Israel do território.
“A menos que haja algumas coisas significativas que acontecem que mudam a cultura, não há espaço para isso”, disse Huckabee. Isso provavelmente não acontecerá “em nossa vida”, disse ele à Bloomberg News.
Segundo o jornal britânico The Guardian, a posição de Huckabee é fortemente influenciada pelas suas crenças cristãs evangélicas. O ex-governador do Arkansas também apoia a expansão dos assentamentos israelenses – em 2017, ele rejeitou por completo o conceito de ocupação israelense durante uma visita à Cisjordânia ocupada.
Analistas ouvidos pela publicação britânica destacaram que tal posicionamento não é de todo surpreendente, por conta do amplo apoio norte-americano para expulsar a população palestina de Gaza até mesmo durante o primeiro mandato de Trump, mesmo que de forma menos evidente.
