
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou neste domingo (22) que os Estados Unidos “cruzaram uma linha vermelha” ao bombardear instalações nucleares no território iraniano. Os ataques ocorreram no sábado (21) e foram confirmados pelo presidente Donald Trump, que declarou terem destruído completamente os complexos de Fordow, Natanz e Isfahan.
Durante uma coletiva de imprensa em Istambul, Araqchi acusou os EUA de violar o direito internacional e anunciou que o Irã convocou o Conselho de Segurança da ONU para uma reunião de emergência. O chanceler também pediu que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) condene formalmente os bombardeios.
A ofensiva americana marca a entrada oficial dos EUA no conflito entre Israel e Irã, iniciado em 13 de junho. A ação conjunta com Israel atingiu instalações nucleares subterrâneas com mísseis Tomahawk e bombas de alta penetração lançadas por aviões B-2. O Irã prometeu uma resposta proporcional e afirmou que todas as opções estão na mesa.
Questionado sobre possíveis retaliações, Araqchi disse que as Forças Armadas iranianas estão em alerta máximo e que “uma variedade de opções está disponível”, incluindo o fechamento do estratégico Estreito de Ormuz, rota por onde transita cerca de 20% do petróleo mundial.

A tensão aumentou com a declaração de que o ministro iraniano seguirá para Moscou para conversar com Vladimir Putin, sinalizando a busca de alianças em meio à escalada. O chanceler disse ainda que o momento não é propício para diálogo com o Ocidente e criticou a “traição” dos EUA ao abandonar a diplomacia.
Analistas internacionais alertam que os bombardeios americanos podem provocar uma escalada regional e abalar a economia global, especialmente no mercado de petróleo. A ofensiva é a mais agressiva ação dos EUA contra o Irã desde a Revolução Islâmica de 1979 e reacende temores de uma guerra em larga escala no Oriente Médio.