Jair Bolsonaro e Donald Trump em aperto de mãos
O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump – Reprodução

O Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, dominado por aliados de Donald Trump, criticou a decisão das autoridades brasileiras de barrar a viagem de Jair Bolsonaro (PL) para a posse do republicano.

O comitê declarou em suas redes sociais que Bolsonaro é “um amigo dos EUA e um patriota”, acrescentando que ele deveria ser autorizado a participar da cerimônia. O presidente do comitê, Brian Mast, deputado republicano da Flórida e aliado de Trump, reforçou o apoio ao ex-presidente brasileiro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o passaporte de Jair Bolsonaro não fosse entregue, citando o risco de fuga do ex-presidente, que é alvo de investigações relacionadas a um golpe de Estado no Brasil. Fontes no governo brasileiro temem que a decisão seja usada para fortalecer a narrativa de que o país estaria vivendo sob uma “ditadura”, especialmente entre os apoiadores do político do Partido Liberal.

Nos últimos meses, figuras ligadas ao movimento de extrema-direita têm propagado desinformação, sugerindo que há uma perseguição política contra Bolsonaro e seus aliados. A expectativa é que, com a chegada de Trump ao poder, a pressão internacional sobre o Brasil possa favorecer o ex-presidente, que enfrenta investigações criminais relacionadas ao golpe.

Parlamentares bolsonaristas têm adotado uma estratégia de comparar a situação de Bolsonaro com a repressão a líderes da oposição em países como Venezuela e Nicarágua. A tentativa de associar o Brasil a regimes autocráticos da América Latina tem ganhado força, com um discurso que sugere que a suposta “ditadura” brasileira afeta também os interesses dos Estados Unidos.

Em uma carta enviada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos em 14 de novembro de 2024, quatro deputados republicanos alertaram sobre os impactos da suspensão da plataforma X pelo STF, que, segundo eles, prejudica tanto cidadãos brasileiros quanto americanos e empresas dos EUA. A carta, assinada por Maria Elvira Salazar e Carlos Gimenez, parlamentares da Flórida, critica ainda a repressão à liberdade de expressão no Brasil.

Com o indiciamento de Bolsonaro, figuras como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) começaram a intensificar suas críticas ao STF e a buscar apoio entre aliados republicanos no Congresso dos EUA, onde os republicanos assumirão o controle a partir de 2025. As estratégias incluem encontros com parlamentares americanos e o uso do veto à viagem de Bolsonaro como prova de perseguição política.

Figuras como o ex-chanceler Ernesto Araújo também manifestaram esperança de que o novo governo de Trump possa intervir em favor de Bolsonaro. Araújo, atualmente ligado a uma fundação na Espanha, destacou a importância do apoio americano em um momento em que a narrativa de perseguição continua a ganhar força entre os bolsonaristas.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 16/01/2025