EUA ameaça abandonar negociações sobre guerra da Ucrânia: ‘Não é nossa’, diz Rubio

Marco Rubio, de posições extremistas sobre políticas de imigração e guerras, é o próximo secretário de Estado do governo dos EUA. Foto: Divulgação

O secretário de Estado Marco Rubio declarou que os EUA deixarão de mediar os esforços para chegar a um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia dentro de alguns dias, a não ser vejam sinais claros de que um acordo pode ser alcançado.

“Não lidaremos com isso por meses. Precisamos determinar muito rapidamente — e estou falando de uma questão de dias — se isso poderá ser feito nas próximas semanas. Se sim, nós participamos. Se não, temos outras prioridades”, afirmou Marco Rubio.

A declaração de Rubio aconteceu na última quinta-feira (17), após reunião com representantes da UE e da Ucrânia realizada em Paris. O encontro contou com a participação do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, o presidente francês, Emmanuel Macron, além de conselheiros de segurança nacional e negociadores da França, Alemanha, Reino Unido. A Ucrânia foi representada pelos Ministros das Relações Exteriores e da Defesa, bem como pelo Chefe do Gabinete Presidencial.

Conforme o secretário de Estado, o presidente dos EUA, Donald Trump, continua interessado em alcançar um acordo, mas tem “muitas outras prioridades” no mundo e está “preparado para seguir em frente” se não houver sinal de progresso.

“Acho importante lembrar a todos que a guerra na Ucrânia é uma coisa terrível, mas não é nossa guerra. Nós não a começamos. Os EUA vêm ajudando a Ucrânia há mais de três anos e queremos que tudo isso acabe […] Então, se eles levam a sério a paz, um lado ou ambos, queremos ajudar. Se isso não acontecer, seguiremos em frente”, disse Rubio.

Durante a sua campanha eleitoral, Trump falou diversas vezes em acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas ao assumir a presidência. Desde então, o líder estadunidense vem estabelecendo prazos diferentes e enfrentando resistência, sobretudo da Rússia, para acatar os termos de um cessar-fogo pleno.

Na quinta (17), Trump disse que esperava uma resposta da Rússia “esta semana” à sua proposta de cessar-fogo. O Representante Permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, por sua vez, afirmou que as conversas sobre um cessar-fogo “neste estágio” não são realistas.

Ao mesmo tempo, de acordo com uma publicação da agência Bloomberg, durante o encontro em Paris os EUA teriam apresentado aos seus aliados propostas para um acordo de paz sustentável entre a Rússia e a Ucrânia, prevendo um esboço das condições para o fim das hostilidades e o alívio das sanções contra Moscou.

De acordo com fontes citadas pela publicação, a proposta dos EUA pressupõe um “congelamento” do conflito e a manutenção dos territórios ucranianos anexados pela Rússia sob o controle de Moscou. O desejo de Kiev de se juntar à Otan também não seria considerado.

Donald Trump na Casa Branca. Foto: Divulgação

Fim da trégua energética

A sinalização dos EUA de que pode abandonar as negociações sobre o conflito ucraniano acontece, ao mesmo tempo, em que chega ao fim o acordo sobre uma trégua dos ataques a setores energéticos da Rússia e Ucrânia.

Em março, Rússia e Ucrânia chegaram ao acordo, separadamente com os Estados Unidos, sobre uma trégua de 30 dias de ataques a instalações de energia. Nesta sexta-feira (18), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que a Rússia não está mais aderindo à moratória sobre ataques contra instalações energéticas ucranianas.

“O mês [durante o qual a moratória esteve em vigor] de fato expirou. No momento, não houve outras instruções do Comandante-em-chefe, Presidente Putin”, afirmou.

Peskov não especificou se as autoridades russas planejam declarar uma nova trégua sobre ataques a infraestruturas energéticas ucranianas no futuro próximo.

Originalmente publicado no Brasil de Fato

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