Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra nesta terça-feira (25), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, enfatizou a necessidade de destacar o que chamou de “Brasil real”. Segundo ela, o país está passando por avanços significativos, que já são percebidos na economia e na sociedade.
“A gente precisa mostrar o Brasil real, e o Brasil real é o Brasil que está dando certo. Eu conheço as potencialidades do Brasil e já está dando certo. É só fazer uma comparação de como nós estávamos há alguns anos e como estamos hoje. O Brasil não só tem tudo pra dar certo, como vai dar certo”, afirmou Tebet.
Orçamento aprovado e investimentos sociais garantidos
A ministra confirmou que o Orçamento da União para 2025 foi aprovado pelo Congresso Nacional, totalizando R$ 5,8 trilhões. Dentro desse montante, R$ 2,2 trilhões estão submetidos ao arcabouço fiscal, e há previsão de superávit fiscal de aproximadamente R$ 15 bilhões.
Tebet garantiu que programas sociais prioritários, como o Bolsa Família, não sofrerão cortes. “Não vai faltar um centavo para o Bolsa Família”, enfatizou.
Integração Sul-Americana: infraestrutura para o desenvolvimento
Um dos projetos mais emblemáticos citados pela ministra foi a implantação das Rotas de Integração Sul-Americana. O objetivo é fortalecer o comércio com países vizinhos e facilitar o acesso brasileiro aos mercados asiáticos por meio de infraestrutura rodoviária.
“Essa vai ser, provavelmente, a maior entrega do governo do presidente Lula. As Rotas de Integração Sul-Americana estão com obras no PAC. São mais de 170, mas as essenciais são um pouco mais de 30. Nós vamos conseguir inaugurar uma perna de cada uma das cinco rotas até o final de 2026, integrando o Brasil com a América do Sul”, detalhou Tebet.
Medidas para estimular o consumo
Para fomentar o consumo e aliviar o endividamento das famílias, Tebet citou iniciativas como o programa Crédito do Trabalhador e a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Ela destacou também a importância da regulação do crédito consignado para trabalhadores do setor privado, permitindo a troca de dívidas de juros altos por opções mais acessíveis.
Mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável
A ministra ressaltou a necessidade de equilíbrio entre crescimento econômico e sustentabilidade. Segundo ela, o agronegócio é essencial para o PIB, mas precisa atuar em conformidade com a preservação ambiental.
“Nos últimos 35 anos, perdemos metade das áreas alagáveis do Pantanal. Não é discurso, é realidade. O verdadeiro agronegócio é sustentável, porque, se não for, ele não produz”, afirmou.
COP30 e a projeção internacional do Brasil
Sobre a COP30, que será realizada em novembro de 2025 em Belém (PA), Tebet destacou a importância do evento para a imagem do Brasil e a captação de recursos internacionais para a Amazônia.
“A COP30 vai ser uma grande oportunidade para o Brasil mostrar para as maiores autoridades do mundo o que é a floresta amazônica e buscar apoio para sua preservação”, afirmou.
Planejamento estratégico: Brasil 2050
A ministra reforçou a necessidade de planejamento de longo prazo, destacando a Estratégia Brasil 2050, que busca dobrar o PIB per capita nos próximos 25 anos. O plano inclui encontros regionais para discutir o futuro da infraestrutura, do agronegócio e do comércio internacional.
“O governo do presidente Lula me deu carta branca para construirmos, pela primeira vez, uma estratégia para o Brasil dos próximos 25 anos”, afirmou Tebet.
Fiscalização e combate à sonegação
Tebet destacou o uso de Inteligência Artificial pela Receita Federal para aprimorar a fiscalização e reduzir a sonegação de impostos. Segundo ela, esses recursos podem fortalecer políticas públicas essenciais.
“É muito dinheiro que pode ser usado para atender o BPC, a aposentadoria, zerar filas de exames e consultas no SUS. Temos um dever de casa com o Congresso Nacional”, enfatizou.
Impacto da política monetária e controle da inflação
A ministra também abordou o impacto da política monetária na economia, citando a alta da taxa Selic e as tensões globais que afetam os juros no Brasil.
Em relação à inflação, Tebet reforçou que a meta é reduzi-la abaixo de 5%, com medidas como tarifa zero para importação de alimentos e flexibilização da comercialização interestadual de produtos essenciais.
Brasil real: avanços econômicos e sociais
Tebet finalizou a entrevista destacando o crescimento econômico consecutivo acima de 3%, a redução da extrema pobreza e a geração de empregos.
“Eu não me lembro, em 25 anos de vida pública, de um momento onde todos os números da macroeconomia caminhavam tão bem”, concluiu.