O Brasil alcançou em 2023 o menor número de mortes violentas intencionais dos últimos dez anos, totalizando 46.328 casos, de acordo com o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira.
A taxa de mortalidade ficou em 22,8 por 100 mil habitantes, uma redução de 3,4% em relação ao ano anterior. Em 73,6% desses casos, armas de fogo foram utilizadas.
O documento classifica como mortes violentas intencionais a soma de homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais, tanto em serviço quanto fora dele.
Ainda que as estatísticas mostrem uma tendência de queda, a letalidade no Brasil é considerada alta em comparação com o cenário global.
O país lidera o número de homicídios em termos absolutos e ocupa a 18ª posição entre os países mais violentos, segundo dados fornecidos ao Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Carlos Eduardo, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destacou a persistência de altas taxas de violência no país.
“Nossa taxa de homicídios ainda é superior à média da América Latina e do Caribe, uma região extremamente violenta,” comentou Carlos Eduardo. Ele aponta que a violência no Brasil tem características localizadas, frequentemente relacionadas a disputas de facções criminosas.
O Anuário também revela que em 2023, as mortes causadas por intervenção policial aumentaram 70,7% em comparação com 2017, representando 13,8% do total de mortes violentas.
A letalidade é desigual entre as regiões, sendo a Nordeste e a Norte as mais afetadas, com taxas de mortalidade 60% e 48,8% superiores à média nacional, respectivamente.
Dentre as vítimas, predominam indivíduos pretos (78%), com idade até 29 anos (49,4%) e do sexo masculino (90,2%).
Com informações do Globo