Estudo mostra riscos do discurso da extrema direita contra o Supremo Tribunal Federal

Estudo da Liderança do Partido dos Trabalhadores no Senado alerta para o alcance dos ataques feitos pela extrema direita contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Em O golpismo segue vivo: por uma compreensão do discurso da extrema direita contra o STF, Daniel Ribeiro Silvestre analisa essa construção discursiva e como ela é moldada para alimentar a desconfiança pública e corroer a legitimidade institucional da Corte.

Assessor Legislativo da Liderança do PT, o advogado e mestre em Direito avaliou 114 textos coletados entre junho e outubro de 2024, sendo 31 pronunciamentos de senadores, 15 falas de políticos em atos públicos contra o STF e 68 artigos publicados na Revista Oeste, publicação que se define como “a primeira plataforma de conteúdo 100% comprometida com a defesa do capitalismo e do livre mercado”.

Daniel Silvestre aponta o que ele classificou de “três frentes de risco” caso o processo de deslegitimação do STF não seja contido na sociedade brasileira: a erosão da autoridade judicial, a paralisia do sistema de freios e contrapesos e a possibilidade de que a pauta anti-STF se transforme em plataforma eleitoral majoritária nas próximas eleições gerais. Mas o especialista também considera que os dados pesquisados revelam brechas estratégicas para um contradiscurso capaz de reconstruir confiança.

“Ainda há parcela significativa da população que valoriza a preservação da ordem constitucional e distingue crítica legítima de ataques destrutivos. Reconhecer problemas reais e propor reformas concretas pode ser um caminho para neutralizar a apropriação extremista dessas fragilidades” propõe o assessor legislativo.

No entanto o risco que ameaça o Supremo Tribunal Federal pilar essencial da democracia brasileira é real, conforme alerta Daniel Silvestre.

“Oferecer respostas é um desafio que requer tanto estratégias comunicacionais que clarifiquem a diferença entre crítica e deslegitimação quanto medidas institucionais que reforcem a transparência e a imparcialidade do Tribunal, quebrando o ciclo de desconfiança antes que ele se consolide como normalidade política”, observou.

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