
Um extenso experimento realizado na Alemanha entre 2021 e 2024 demonstrou que a renda básica universal pode trazer benefícios significativos tanto para a vida profissional quanto para o bem-estar pessoal dos participantes. Com informações do portal Terra.
O estudo, conduzido pela organização Mein Grundeinkommen em parceria com o renomado Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW Berlin), acompanhou 122 pessoas que receberam mensalmente 1.200 euros (aproximadamente R$ 7.700) sem qualquer condição ou fiscalização sobre o uso do dinheiro.
Os resultados contradisseram argumentos tradicionais contra a renda básica universal. O experimento mostrou que a segurança financeira não desencorajou os participantes a trabalhar, mas pelo contrário, motivou muitos a usarem o recurso adicional para investir em sua qualificação profissional.
O estudo ainda revelou que um número significativo de beneficiários optou por fazer cursos e treinamentos, enquanto outros se sentiram encorajados a buscar empregos melhor remunerados ou com condições mais favoráveis.

Além dos impactos no mercado de trabalho, a pesquisa detectou melhoras marcantes na saúde mental dos participantes. Aqueles que receberam a renda básica relataram níveis mais baixos de estresse financeiro, maior sensação de controle sobre suas vidas e redução no número de licenças médicas.
“A renda básica universal pode significar uma enorme economia no sistema de saúde e assistência social. Porque pessoas com estabilidade mental podem trabalhar de forma mais produtiva e inovadora”, observou Klara Simon, presidente do Mein Grundeinkommen.
O experimento alemão acompanhou os participantes por três anos, comparando seus resultados com um grupo controle de 1.580 pessoas com características sociodemográficas similares que não receberam o benefício. Cada um dos 122 beneficiários acumulou ao final do período 43.200 euros (cerca de R$ 277.000), valor que poderia ser usado livremente para trabalho, estudo ou outras atividades.
Esses achados reforçam conclusões de estudos similares realizados em outros países, como o conhecido experimento finlandês. Juntos, eles sugerem que modelos de segurança financeira básica podem ser mais eficientes que sistemas burocráticos de assistência social tradicionais, além de gerarem benefícios colaterais significativos para a saúde pública e a economia.