Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Stanford e publicado na revista científica Science Translational Medicine apontou um possível mecanismo imunológico para casos raros de miocardite e pericardite associados a vacinas de mRNA contra a COVID-19, como as produzidas por Pfizer e Moderna. Segundo o trabalho, em determinadas situações, células do sistema imune podem reconhecer o RNA introduzido pela vacina e desencadear uma resposta intensa, com liberação elevada de citocinas, proteínas que, em excesso, podem inflamar e lesar tecido cardíaco.
De acordo com números citados pelo jornal britânico The Telegraph, a miocardite associada à vacinação teria ocorrido em cerca de um caso a cada 140 mil após a primeira dose e aproximadamente um a cada 32 mil após a segunda dose, com maior incidência entre homens com 30 anos ou menos. Os sintomas descritos incluem dor no peito, falta de ar, febre e palpitações, geralmente surgindo poucos dias após a aplicação. O estudo registra que a maioria se recupera rapidamente, embora haja relatos raros de hospitalização e morte.
A pesquisa ganha repercussão no momento em que, segundo a CNN, a agência reguladora norte-americana (FDA) avalia incluir um alerta de “black box”, o aviso de segurança mais severo, sobre riscos como miocardite e pericardite. A medida, porém, ainda não estaria finalizada.