Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada nesta sexta-feira (2), destaca que as mulheres no Brasil demonstram maior preocupação com práticas de consumo responsável em comparação aos homens.
O estudo, intitulado “Pesquisa Consumo Consciente – Visão do Consumidor 2024”, envolveu 1.019 participantes e foi conduzido em 320 cidades de todas as regiões do país.
Segundo o relatório, 36% das mulheres evitam comprar produtos de vendedores ou fabricantes que adotam práticas prejudiciais ao meio ambiente, contra 33% dos homens.
Além disso, 39% das mulheres rejeitam empresas envolvidas em escândalos de desrespeito aos empregados, comparado a 38% dos homens. O estudo também revela que 38% das mulheres recusam marcas associadas a fraudes ou corrupção, enquanto nos homens, esse percentual é de 36%.
A pesquisa também indicou que o público feminino é mais cuidadoso em pesquisar preços antes de realizar compras, com 67% das mulheres adotando essa prática, em contraste com 61% dos homens.
Entre as principais preocupações para a adoção de um consumo responsável, destacam-se a redução da poluição e a utilização responsável dos recursos naturais, citadas por 61% das mulheres e 60% dos homens.
As certificações socioambientais, como Selo FSC, são consideradas importantes por 58% dos entrevistados, sendo extremamente relevantes para 21%.
A pesquisa também mostrou que cerca de 70% dos consumidores não veem a compra de produtos piratas ou falsificados como prejudicial à economia, indicando uma falta de conscientização sobre o tema.
O estudo revelou ainda que há obstáculos para uma adoção mais ampla de práticas sustentáveis, como o alto custo de opções sustentáveis, citado por 51% dos consumidores, e a limitada disponibilidade de produtos sustentáveis, mencionada por 46%.
A CNC também segmentou os dados por classe social, faixa de renda e região geográfica, destacando diferenças comportamentais específicas entre os grupos.
Por exemplo, consumidores do Nordeste são os mais propensos a realizar pesquisas de preços antes de compras, enquanto aqueles do Sul apresentam maior tendência à compra por impulso.
O relatório conclui que, apesar do crescente interesse por sustentabilidade entre os consumidores brasileiros, ainda existem desafios significativos que precisam ser superados para integrar plenamente essas práticas nas decisões de consumo cotidianas.