Nas últimas semanas, o Escritório de Equidade Institucional dos Estados Unidos, novo comitê disciplinar universitário, enviou notificações a dezenas de estudantes por atividades que vão desde o compartilhamento de publicações em redes sociais até a participação em protestos “não autorizados”.

No inicio desta semana, o presidente norte-americano Donald Trump ameaçou suspender o financiamento federal para qualquer faculdade ou universidade que permita a realização de “protestos ilegais”, dizendo que puniria os alunos que participassem das manifestações. O atual presidente não fala exatamente sobre os protestos em defesa da Palestina, mas fica claro que o objetivo é esse.

No final de janeiro, Trump assinou uma ordem executiva prometendo deportar estudantes estrangeiros que participaram de protestos pró-Palestina. Enquanto isso, Leo Terrell, chefe da força-tarefa do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) sobre “antissemitismo”, disse na semana passada que os estudantes que participaram de protestos pró-Palestina podem pegar anos de prisão. Terrell também prometeu “atacar financeiramente” as universidades onde tais manifestações ocorreram.

No ano passado, a polícia dos EUA prendeu mais de 3.000 estudantes, professores e membros do corpo docente após acusar os ativistas envolvidos de “antissemitismo” e “terrorismo”, e os administradores escolares ameaçaram alguns líderes do protesto com suspensão e liberdade condicional acadêmica.

Na universidade de Columbia, protestos começaram novamente depois que dois estudantes foram expulsos por seu ativismo antissionista. Nessa terça-feira (4), centenas de estudantes se reuniram na universidade para protestar contra a visita do ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett, que estava no campus para um evento.

Um porta-voz da Columbia Palestine Solidarity Coalition (Coalizão de Solidariedade a Palesina), um dos grupos envolvidos no protesto, criticou a decisão da universidade de convidar Bennett, argumentando que isso sinalizava um tratamento preferencial de certas perspectivas.  “A decisão de hospedar um homem com um histórico tão violento e abertamente discriminatório envia uma mensagem de que a universidade valoriza algumas vozes mais do que outras”, disse o porta-voz em um comunicado.

Por sua vez, o Senado norte-americano começou uma série de audiências seguindo uma ordem executiva do presidente, Donald Trump, visando ativistas pró-Palestina. As audiências são parte do “Projeto Esther” da Heritage Foundation, que foi criado para perseguir os que protestam contra o genocídio.

De acordo com a emissora iraniana PressTV, o Projeto Esther, criado por um think tank conservador ligado a Trump, visa “eliminar a dissidência contra as políticas sionistas, restringir o acesso educacional em questões relacionadas e mobilizar apoio para reprimir indivíduos e organizações que se opõem ao racismo sistêmico e ao colonialismo, começando pelo movimento pelos direitos palestinos”.

A Palestine Legal, uma organização de defesa sediada em Chicago, emitiu uma declaração na plataforma X na quarta-feira (5), criticando as audiências do Senado. “Essas audiências do Senado representam uma caça às bruxas macartista visando estudantes e professores que falam a favor dos direitos palestinos”, declarou o grupo. As audiências, organizadas pelo Comitê Judiciário do Senado têm como título “Contendo a Maré do Antissemitismo na América”.

Nessa quinta-feira (6), em uma carta pública emitida pela Associação de Governo Estudantil (SGA) do Barnard College acusou a administração de quebrar um compromisso de longa data feito pelo presidente da faculdade, afirmando que a instituição havia prometido nunca convidar o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) para o campus.

Um dia, antes a policia invadiu e evacuou a biblioteca do Barnard College, onde manifestantes pró-Palestina realizavam um protesto em resposta à expulsão de três estudantes ativistas.

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Last Update: 07/03/2025