Na cidade de São Paulo, o preço da passagem de ônibus subiu de R$ 4,40 para R$ 5. Já o Metrô foi de R$ 5 para R$ 5,20 neste início de ano. O aumento dos valores do transporte público em um cenário de piora na qualidade dos serviços prestados tem causado revolta na população e motivado protestos convocados por movimentos sociais e entidades estudantis. No dia 9, manifestantes se concentraram em frente à Prefeitura, no centro da capital paulista. Na última terça-feira (14), o protesto foi do outro lado do Viaduto do Chá, na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal.

O próximo ato já está marcado para quinta-feira (16), às 17 horas, novamente em frente ao Theatro Municipal. As convocações tem sido feitas pelo Movimento Passe Livre (MPL-SP), União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e pela União Paulista de Estudantes Secundaristas (Upes), entre outras organizações.

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Segundo Julia Monteiro, presidenta da Upes, os atos são uma resposta direta pelo descontentamento da população e a sensação de abandono em relação ao governo municipal pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), responsável pelos ônibus, e estadual pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em referência ao Metrô.

“É nítida a falta de perspectiva, de acesso e de política pública no combate às desigualdades vindas deles. O aumento da tarifa significa mais um empecilho na vida da classe trabalhadora, um dinheiro a menos no final do mês, um motivo a menos para levar seus filhos para passear no final de semana ou mais um dia em um transporte que, apesar de um preço absurdo, continua sucateado, lotado, sem ar-condicionado, com bancos quebrados. O que sobra é um “basta!”. Uma motivação que nos faz sair de casa e ocupar as ruas, e gritar os quatro cantos que não dá, que não podemos permitir receber apenas migalhas”, critica Julia, que esteve presente nas manifestações e espera atos cada vez maiores e intensos, mesmo debaixo das intensas chuvas de janeiro e com o monitoramento repressivo da polícia.

Julia da Upes e Hugo da Ubes, durante ato do dia 9.

Já o presidente da Ubes, Hugo Silva, acredita que a pressão dos atos em São Paulo e em outras cidades do país que passaram pela mesma situação de aumento neste início de ano deve arregimentar a participação popular, sendo que o aumento das passagens fere a todos e atinge do trabalho ao lazer.

“É inadmissível no tempo em que temos um transporte público totalmente sucateado, em vários lugares houve aumento no preço das passagens. Isso é absurdo. Só quem sente a diferença que estes centavos fazem no bolso são os trabalhadores, em especial os jovens trabalhadores, os estudantes que não tem direito ao passe livre, ao acesso para conhecer a sua própria cidade e sua cultura. A nossa expectativa é que os atos sejam cada vez maiores, que a gente coloque cada vez pessoas, mais trabalhadores, mais estudantes nas ruas para defender esse que é um direito importantíssimo que a gente vem lutando desde o início da história do movimento estudantil. Então a nossa mobilização tem sido crescente para garantirmos passe livre para todos e começarmos a discussão sobre a tarifa zero, que é uma pauta importante não só para os trabalhadores, mas para toda a cidade”, afirma Silva.

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Last Update: 15/01/2025