Em um feito inédito para o Brasil, a equipe UFABC Rocket Design, formada por cerca de 130 estudantes da Universidade Federal do ABC, alcançou um feito inédito ao conquistar o 1º lugar na International Rocket Engineering Competition (IREC) 2025, conhecida como “Copa do Mundo dos Foguetes”, uma das mais relevantes competições internacionais de engenharia aeroespacial, realizada entre os dias 9 e 14 de junho, nos Estados Unidos.
O foguete vencedor, batizado de Aracê (nome em tupi-guarani que significa “nova er” e “renascimento”), atingiu 3 .255 metros, com margem de erro de apenas 0,66% em relação ao alvo (3 .272 m), demonstrando excepcional precisão técnica. Essa categoria exige que motor e projeto sejam desenvolvidos integralmente pelos próprios estudantes — o chamado modelo “Student Researched and Developed”.
A conquista é simbólica e histórica: é a primeira vez que uma equipe latino-americana vence a competição nessa categoria. Em vídeo divulgado nas redes sociais da universidade, os estudantes comemoram com entusiasmo o anúncio da vitória e erguem a bandeira do Brasil diante do pódio, sob aplausos de centenas de estudantes e acadêmicos de todo o mundo.
“O Aracê é mais do que um foguete. É um símbolo de superação, inovação brasileira e conexão com nossas raízes”, escreveram os estudantes, em publicação nas redes sociais.
O projeto contou com um simulador próprio, criado por um aluno de iniciação científica, Wilson Luiz de Oliveira Junior, e orientação dos professores da universidade brasileira. O resultado é fruto de dois anos de trabalho multidisciplinar, com foco em tecnologia nacional e desenvolvimento acadêmico.
Os estudantes da UFABC destacam que todo o projeto — da engenharia do foguete ao sistema de recuperação — foi concebido e fabricado dentro da universidade, demonstrando a capacidade da ciência brasileira de competir em igualdade com instituições de países centrais no setor aeroespacial.

A conquista sublinha o potencial da educação pública brasileira em competir de igual para igual com universidades tradicionais do Hemisfério Norte, mesmo diante de limitações orçamentárias. O resultado dos alunos brasileiros superou concorrentes de países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, ao alcançar a melhor pontuação da categoria.
“Prova de que, com paixão e ciência, o Brasil pode alcançar voos cada vez mais altos. Uma nova era começa, e estamos prontos para decolar!”, afirmaram os alunos, nas redes.