
Uma estudante do primeiro período de Medicina da Universidade Evangélica de Goiás (UniEvangélica) está sendo investigada pela Polícia Civil após filmar e divulgar nas redes sociais um exame ginecológico realizado em uma paciente em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Anápolis. No vídeo, a paciente aparece deitada na maca com as partes íntimas expostas. O caso ocorreu em janeiro deste ano, mas ganhou repercussão nacional nos últimos dias.
A UniEvangélica informou que, ao tomar conhecimento do ocorrido, aplicou uma suspensão de cinco dias à estudante, que posteriormente foi reconduzida às atividades acadêmicas. A Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis considerou a conduta inadmissível e destacou que nenhum procedimento deveria ser realizado sem a presença de um preceptor. A Organização Social responsável pela gestão da UPA na época já foi destituída da função.
A Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (Deaem) investiga o caso, e a estudante poderá responder pelo crime de divulgação de imagens íntimas sem autorização.
A geração que filma tudo
A busca por engajamento nas redes sociais tem levado alguns indivíduos a ultrapassarem barreiras éticas e legais, transformando momentos íntimos e, por vezes, dolorosos em conteúdo para consumo público.
Especialistas alertam para a necessidade de uma formação ética sólida, especialmente em áreas sensíveis como a medicina, onde o respeito à privacidade e à dignidade do paciente deve ser primordial.
A exposição indevida de procedimentos médicos não apenas viola direitos individuais, mas também compromete a confiança na relação entre profissionais de saúde e pacientes.