Na última segunda-feira (2), colegas do estudante secundarista brasileiro Marcelo Gomes, de 18 anos, protestaram em Milford, Massachusetts, exigindo sua libertação após prisão pelo Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE, na sigla em inglês). Detido em uma blitz de trânsito, Gomes dirigia o carro do pai, alvo original da operação.
Manifestantes exibiram cartazes com frases como “Libertem Marcelo” e “Eu apoio Marcelo”. Outro protesto ocorreu no domingo (1), no subúrbio de Boston, segundo a agência de notícias Reuters. A governadora Maura Healey criticou a ação: “estou perturbada e indignada com os relatos de que um aluno da Escola Secundária de Milford foi preso pelo ICE a caminho do treino de vôlei. Exijo que o ICE forneça informações sobre o motivo da prisão, onde ele está e como seu devido processo está sendo protegido”.
O diretor interino do ICE, Todd Lyons, afirmou que “Gomes não era o alvo. Estávamos procurando pelo pai dele, que continua foragido. Ele trouxe o filho para cá ilegalmente”. Lyons acrescentou: “quando encontramos alguém ilegalmente no país, tomamos providências. Estamos aplicando todas as leis de imigração”.
A advogada de Gomes alega que ele entrou com visto de estudante, já expirado, e busca asilo. Um juiz federal impediu a transferência de Gomes por 72 horas, atendendo a ação que contesta a detenção.
O Itamaraty acompanha o caso, prestando apoio jurídico e psicológico. Dados do ICE mostram que 56 mil imigrantes foram detidos nos EUA em 2024, 30% sem antecedentes criminais. A política migratória de Donald Trump, retomada em 2025, intensificou deportações, com 20 mil brasileiros afetados desde 2020, segundo o Consulado do Brasil em Boston.
Os protestos refletem resistência à repressão migratória, enquanto a prisão de Gomes expõe a vulnerabilidade de estudantes estrangeiros nos EUA.