No X (antigo Twitter), o economista classificou o anúncio da candidatura do sertanejo de “balão de ensaio”. Segundo Roncaglia, a estratégia da direita é “vitimizar os ricos do agro, beneficiados com privilégios fiscais, e ludibriar os pobres com uma agenda que agrava a penúria destes”:
Este “balão de ensaio”, veiculado pelo Metrópoles, vem na esteira do “fenômeno Marçal” em São Paulo. A direita começa a aquecer seus reservas para as eleições de 2026, com vistas a 2030. O enredo se adensa.
As falas de Gusttavo Lima, na imagem, permitem-nos expor alguns dados dos governos Lula 3 e Bolsonaro, como contexto. A estratégia é padrão: vitimiza os ricos do agro, beneficiados com privilégios fiscais e ludibria os pobres, com uma agenda que agrava a penúria destes.
O agro paga muito imposto? Só se for a parte industrial do agro. A agropecuária paga muito pouco e conseguiu alíquota especial na reforma tributária do consumo. A indústria (no topo) é sobretributada relativamente ao agro.
Agora, sobre o poder de compra dos pobres…
Abrindo os dados por faixa de renda, os mais pobres tiveram perda de renda real em 11 dos 16 trimestres do governo Bolsonaro; no governo Lula 3, em apenas 1 de 7. Já os ricos tiveram perdas em 12 trimestres (de 16); em Lula 3, em apenas 3 dos 7 até aqui.
Massa salarial crescendo forte com base no aumento do emprego formal e a combinação de políticas sociais reforçadas, política industrial efetiva (BNDES e MDIC) e reformas no mercado de crédito vem impulsionando o investimento e elevando a renda real média (ver imagem).
Há desafios adiante: segurar a inflação, conter gastos excessivos, colocar o andar de cima da sociedade no imposto de renda para garantir equilíbrio fiscal e ampliar os investimentos públicos sem prejudicar a qualidade das e o acesso às políticas sociais. Mas deve-se reconhecer que estes desafios resultam da execução de uma agenda deliberada de desenvolvimento, com suas dores, dilemas e tensões. A mudança estrutural é sempre difícil, mas é um propósito meritório e que exige constante ajuste no ritmo para assegurar sua sustentação no tempo.
Este "balão de ensaio", veiculado pelo Metrópoles, vem na esteira do "fenômeno Marçal" em São Paulo. A direita começa a aquecer seus reservas para as eleições de 2026, com vistas a 2030. O enredo se afensa 🧶 pic.twitter.com/m6JHmjG7rj
— André Roncaglia (@andreroncaglia) January 3, 2025
O agro paga muito imposto? Só se for a parte industrial do agro. A agropecuária paga muito pouco e conseguiu alíquota especial na reforma tributária do consumo. A indústria (no topo) é sobretributada relativamente ao agro. pic.twitter.com/FVNZDdcuPL
— André Roncaglia (@andreroncaglia) January 3, 2025
Abrindo os dados por faixa de renda, os mais pobres tiveram perda de renda real em 11 dos 16 trimestres do governo Bolsonaro; no governo Lula 3, em apenas 1 de 7. Já os ricos tiveram perdas em 12 trimestres (de 16); em Lula3, em apenas 3 dos 7 até aqui. pic.twitter.com/qlZYCfMxiU
— André Roncaglia (@andreroncaglia) January 3, 2025
A combinação de políticas sociais reforçadas, política industrial efetiva (BNDES e MDIC) e reformas no mercado de crédito vem impulsionando o investimento e elevando a renda real média (ver imagem). pic.twitter.com/RSMuBGFXXE
— André Roncaglia (@andreroncaglia) January 3, 2025
… que estes desafios resultam da execução de uma agenda deliberada de desenvolvimento, com suas dores, dilemas e tensões. A mudança estrutural é sempre difícil, mas é um propósito meritório e que exige constante ajuste no ritmo para assegurar sua sustentação no tempo.
Fim.
— André Roncaglia (@andreroncaglia) January 3, 2025